Militares envolvidos nas agressões a migrantes em Odemira suspensos por Francisca Van Dunem

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Oscar in the middle / Flickr

Ministra da Administração Interna assinou no dia 22 de dezembro e hoje os despachos relativos ao caso das agressões de Odemira.

A ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem suspendeu por 90 dias os sete militares envolvidos nas agressões, maus-tratos e sequestro de migrantes em Odemira. De acordo com a CNN Portugal, que divulgou originalmente as imagens, os restantes dois elementos devem também ser suspensos nos próximos dias. O caso tornou-se público em novembro de 2021, quando vídeos captados através dos telemóveis dos próprios agentes mostravam agressões por parte de agentes fardados a migrantes.

Ainda de acordo com a CNN, os militares estão acusados de um total de 33 crimes contra migrantes, provenientes do Bangladesh, Nepal e Paquistão. Apesar de as suspensões preventivas terem duração de 90 duas, estas podem ser prolongadas — a medida tinha sido inicialmente proposta pela Inspeção-Geral da Administração Interna, juntamente com o desarmamento. Francisca Van Dunem, que sucedeu a Eduardo Cabrita como ministra da Administração Interna, assinou o despacho que decreta a implementação das medidas a 22 de dezembro e hoje, 7 de janeiro.

Um dos elementos  da GNR envolvido no caso e que os serviços não conseguiram notificar anteriormente é um dos principais responsáveis pela agressão, podendo ser visto nos vídeos a dar bofetadas, estalos, murros e até a encostar uma espingarda ao rosto de um dos migrantes — dobrado sobre os seus joelhos, em choque, a chora —, enquanto filmava. Este militar estava já suspenso até março no âmbito de um outro processo, referente ao ano de 2020, também por agressões e maus-tratos a migrantes.

O segundo militar que faltava notificar não está envolvido em mais nenhum processo, mas nas imagens é visto a simular uma operação policial, coagindo um dos migrantes a soprar num aparelho de medição de taxa de alcoolémia no qual estava gás pimenta. O migrante acabou por se sentir mal, tendo pedido ajuda de seguida aos militares — os quais recusaram com satisfação, nota a acusação do processo.

ZAP //

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