A marca alemã Volkswagen respondeu à Deco Proteste, cinco anos após o caso “dieselgate”, informando que não irá indemnizar mais consumidores, tendo em vista os processos judiciais em curso.
Segundo noticiou esta sexta-feira a Madremedia, em Portugal, 125 mil pessoas ficaram lesadas e continuam sem indemnizações, ao contrário dos Estados Unidos (EUA), Austrália e Alemanha, onde os clientes já foram compensados.
A marca alegou que nenhum cliente terá ficado prejudicado em termos de segurança, capacidade do veículo e/ou preço na revenda. A Deco Proteste alerta para a desigualdade no tratamento de situações semelhantes e num mercado europeu que se quer único, lê-se em comunicado enviado às redações.
A 19 de setembro de 2015, a Volkswagen foi acusada de ter instalado ilegalmente um software nos seus veículos para reduzir artificialmente as emissões de monóxido de azoto durante os testes de emissões.
Embora tenha assumido a sua responsabilidade, o grupo alemão não compensou todos os clientes abrangidos pelo caso “dieselgate”. A Deco Proteste disse que a marca não só enganou os clientes anunciando que os carros tinham baixas emissões, como também “prejudicou o ambiente europeu no seu todo”.
Os clientes da Alemanha foram compensados e, quando questionada pela Deco Prosteste, a Volkswagen respondeu que “a decisão do Tribunal Federal de Justiça em Karlshruhe, em 25 de maio de 2020, baseia-se em fundamentos específicos do direito civil alemão e não altera o entendimento da marca de que os clientes não sofreram qualquer perda ou dano em resultado deste problema”.
O grupo alemão evidenciou, ainda, que “como cada jurisdição é única, com diferentes leis e sistemas jurídicos locais” e que “embora todos os clientes sejam importantes, não podemos e não devemos ignorar as diferenças fundamentais nos sistemas jurídicos das diferentes jurisdições da UE”.
Em comunicado, a Deco Prosteste continuou a lamentar, cinco anos passados, a “falta de respostas e a desigualdade” sublinhada pela marca alemã, dizendo que “é hora de compensar todos os consumidores europeus e não só os alemães”.
A organização portuguesa de defesa do consumidor realçou ainda que “em face desta posição autoritária e discriminatória” não vão desistir e que “as ações judiciais que correm nos demais países europeus – com destaque para Portugal, Espanha, Bélgica e Itália (do grupo Euroconsumers) – continuarão até todos os consumidores serem compensados de forma justa pelo engano de que foram vítimas”.
No total, foram afetados onze milhões de veículos do grupo Volkswagen, sendo que oito milhões se encontram na Europa e 125 mil automóveis em Portugal.
A Deco Proteste escreveu, em comunicado, que “acredita que apenas quando a VW assumir a responsabilidade junto de todas as vítimas europeias poderá fechar o capítulo ‘dieselgate’, virar esta página negra na história da empresa e concentrar-se nos importantes desafios que tem pela frente”.
// Lusa
Isto é ‘normal’. Tive uma vez uma subscrição tipo prépago da Orange (fornecedor de telecom) na qual o saldo era vitalício. Quando, depois de um ano e tal venderam o negócio aos alemães T-Mobile da Deutsche Telecom, estes quiseram naturalmente acabar com isso. Na altura eu tinha um saldo que era de 890 euros. Houve quem foi ao tribunal, mas ninguém recebeu nada. Este tipo de empresas está muito por cima das leis e eles podem fazer o que querem. No caso da VW é claro que não este perdeu os genes do terceiro império e quem confia neles devia de estudar a historia