Cientistas usam técnica utilizada em mamíferos para conservar a borboleta-monarca

Uma equipa de cientistas desenvolveu o primeiro protocolo de criopreservação conhecido para o armazenamento bem sucedido do germoplasma da borboleta-monarca.

A borboleta-monarca (Danaus plexippus) é uma borboleta da família dos ninfalídeos e apresenta cerca de setenta milímetros de envergadura e asas laranjas com listras pretas e é famosa pelas suas migrações em extensão e número de indivíduos.

A sua população foi considerada uma espécie em perigo de extinção na América do Norte devido ao rápido declínio populacional entre 1996 e 2014, seguido de uma estabilização na última década. Apesar dos seus níveis atuais se situarem num nível menos preocupante, a tendência de declínio não parou.

Segundo o Phys.org, a nova técnica para conservar esta espécie permite que as amostras preservadas permaneçam viáveis e intactas após a criopreservação.

Num novo estudo, publicado em junho no Scientific Reports, os investigadores mostraram que este protocolo é um método confiável para a conservação de germoplasma nesta e noutras espécies semelhantes.

“Um aspeto importante da conservação dos insetos é a conservação do habitat. O nosso estudo traz uma nova abordagem à conservação através da criopreservação de germoplasma”, diz a primeira autora do estudo, Courtney Grula.

“A nossa investigação é a primeira a implementar uma técnica para extrair sémen do trato reprodutor masculino em insetos, uma técnica comum utilizada em mamíferos”, acrescenta.

Os espermatozoides viáveis podem vir a ser utilizados com inseminação artificial para trazer de volta esta espécie de borboleta em caso de extinção. No entanto, são necessários mais estudos para desenvolver um protocolo de inseminação artificial utilizando espermatozoides de borboletas machos.

Os cientistas estão também a trabalhar na extensão da técnica de criopreservação para criopreservar espermatozoides de outras espécies em perigo de extinção.

As pessoas interessadas em ajudar estas borboletas, dizem os cientistas, podem fazê-lo plantando Asclepias syriaca no quintal — uma vez que esta é utilizada pelas monarcas para a postura de ovos e alimentação das larvas.

Soraia Ferreira, ZAP //

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