Uma equipa de cientistas siberianos descobriu que o Árctico que hoje conhecemos é afinal a terceira encarnação de uma ancestral massa de terra no topo do mundo.
A primeira incarnação do continente polar, uma massa continental chamada Arctida, formou-se há mil milhões de anos, mas partiu-se em dois há cerca de 750 milhões de anos.
500 milhões de anos mais tarde, os dois pedaços da Arctida original juntaram-se novamente, de acordo com o estudo de uma equipa de cientistas do Instituto de Geologia e Geofísica Petrolífera da Rússia e da NSU – Universidade Estatal de Novosibirsk, na Sibéria.
O continente viria a desaparecer de novo, depois de se fragmentar em vários pedaços massivos, na altura da formação do super-continente Pangea, descobriram os cientistas, segundo uma nota do gabinete de imprensa da NSU.
Actualmente, o que resta de Arctida inclui, entre outros, os arquipélagos da Terra do Norte e de Svalbard, na Noruega, as ilhas da Nova Sibéria e parte da península de Taimyr, na Rússia, o extremo norte do Alaska, nos Estados Unidos, e algumas ilhas próximas da Gronelândia.
“Há pelo menos dois continentes desaparecidos na região do Árctico, e não apenas um, como pensávamos”, diz Dmitry Metelkin, investigador da NSU e um dos autores do estudo, que foi publicado na revista científica Precambrian Research.
O estudo foi baseado na análise de anos de dados paleo-magnéticos da região, recolhidos em diversas missões expedicionárias ao Árctico efectuadas pelos investigadores nos últimos 20 anos.
A exploração do Árctico tem sido objecto de interesse dos países que o rodeiam – EUA, Rússia, Canada, Dinamarca e Noruega – que disputam os eventuais lucros dos enormes depósitos de petróleo e gás natural que se estima que o continente possua.
Mas para já quem fica a ganhar é a ciência, que acumula mais conhecimento sobre a história do planeta em que vivemos.
AJB, ZAP