Cientistas ensinam robô a rir para criar empatia com humanos

Uma equipa de investigadores japoneses está a ensinar um robô a rir em situações sociais, um passo importante para a criação de um androides que poderão desempenhar o papel de “um amigo”.

“Pensamos que uma das funções importantes da Inteligência Artificial conversacional é a empatia”, disse Koji Inoue, professor na Escola de Pós-Graduação em Informática da Universidade de Kyoto e autor principal do artigo que descreve a investigação, publicado recentemente em Frontiers in Robotics and AI.

“A conversação é multimodal e não [se trata] apenas de responder corretamente. Decidimos que uma forma de o robô poder criar empatia com os utilizadores é partilhar o riso”, referiu, citado pela Cosmos.

Erica é o sistema que tem sido treinado pelos cientistas japoneses para ter sentido de humor e para rir nos “momentos oportunos”. O sentido de humor do androide foi testado através de quatro diálogos de curta duração, onde estava integrado o novo algoritmo do riso.

Posteriormente, comparou-se as conversas de forma a analisar os momentos em que o robô simplesmente não ria, ou emitia risos quando detetava outras pessoas a rirem ao seu redor. Este teste foi partilhado com 132 voluntários, que avaliaram os cenários segundo as categorias: empatia, semelhança humana, naturalidade e compreensão.

“Tivemos de categorizar cuidadosamente os risos que podíamos usar na nossa análise e não apenas assumir que qualquer riso pode ser respondido”, indicou Inoue.

A equipa considera que há ainda um longo caminho a percorrer no desenvolvimento dos sistemas de inteligência artificial, mas o riso é um passo nesse sentido.

“Há muitas outras funções e tipos de riso que precisam de ser considerados e essa não é uma tarefa fácil. Nem sequer tentámos modelar risos não partilhados, apesar de serem os mais comuns”, indicou Inoue. Além disso, não importa o quão realista é o riso de um robô se o resto da sua conversa não for natural, acrescentou.

O androide Erica foi criado em 2015, no Japão, desenhado para estudar as interações entre robôs e humanos. Encontra-se apta para compreender linguagem natural e consegue exibir várias expressões faciais.

Apesar dos avanços tecnológicos, Inoue acredita que “pode levar entre 10 a 20 anos até que possamos finalmente ter uma conversa casual com um robô, como teríamos com um amigo”.

ZAP //

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