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Cientistas observam átomos a uma resolução recorde

Três anos depois, uma equipa de cientistas da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, superou o seu próprio recorde e melhorou aquela que é a maior resolução de visualização de um átomo.

Em 2018, investigadores da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, construíram um detetor de alta potência e combinaram-no com um processo orientado por algoritmos chamado ptychography, que permitiu triplicar a resolução de um microscópio eletrónico de última geração.

Por mais bem-sucedida que fosse, a abordagem tinha um senão: só funcionava com amostras ultrafinas com alguns átomos de espessura.

Agora, uma equipa liderada novamente por David Muller, da mesma universidade norte-americana, bateu este recorde usando um Electron Microscope Pixel Array Detector (EMPAD), que incorpora algoritmos de reconstrução 3D ainda mais sofisticados.

A resolução é tão ajustada que, segundo o comunicado da universidade, o único desfoque possível é o movimento térmico dos próprios átomos.

Este novo passo não estabelece apenas um novo recorde como “atinge um regime que vai ser efetivamente um limite para a resolução”, afirmou Muller. “Basicamente, podemos agora descobrir onde estão os átomos de uma forma muito fácil. Isto abre uma série de novas possibilidades de medição de coisas que queremos fazer há muito tempo.”

O ptychography funciona através da digitalização de padrões de dispersão sobrepostos a partir de uma amostra de material e da procura de alterações na região sobreposta. “Ao ver como o padrão muda, somos capazes de determinar a forma do objeto que causou o padrão”, explicou o especialista.

O detetor está ligeiramente desfocado para captar a maior quantidade de dados possível, que serão depois reconstruidos através de algoritmos complexos. O resultado final é uma imagem extremamente detalhada, com picómetro de precisão.

O artigo científico foi publicado no dia 20 de maio na Science.

Liliana Malainho, ZAP //

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