A última era glaciar ocorreu há quase 12.000 anos, um acontecimento que poderá repetir-se no futuro, de acordo com as últimas previsões científicas.
Um estudo recente, publicado na revista Science, revelou descobertas surpreendentes sobre o comportamento climático da Terra, permitindo previsões mais exatas do futuro.
Segundo o El Confidencial, o nosso planeta passou por inúmeras fases desde os seus primórdios até aos dias de hoje. Uma das mais marcantes ocorreu há 2,5 milhões de anos, quando a Terra entrou numa fase caracterizadas por fenómenos glaciares.
Neste sentido, foi há quase 12.000 anos que se deu a última era glaciar e, segundo os cientistas, poderá voltar a acontecer.
Esta previsão foi feita por uma equipa internacional da Universidade da Califórnia, utilizando uma nova interpretação das ligeiras alterações da órbita da Terra em torno do Sol — esta pode ser a causa de inúmeras alterações climáticas no Planeta ao longo de milhares de anos.
O objetivo da investigação é prever os ciclos climáticos naturais da Terra durante um período de um milhão de anos, o que fornece informações sobre o seu próprio sistema climático dinâmico e a geração de ciclos glaciares.
Através doe registos de fenómenos semelhantes no passado, associaram as suas características a variações cíclicas na forma da órbita em torno da estrela, bem como o seu ângulo e oscilação.
Lorraine Lisiecki, professora do Departamento de Ciências da Terra da UCSB e coautora do estudo sobre as provas do comportamento climático da Terra. diz que “encontrámos um padrão previsível, ao longo dos últimos milhões de anos, para quando o clima da Terra muda entre «eras glaciares» e períodos quentes e temperados como o atual, chamados interglaciares“.
De acordo com os investigadores, o padrão que encontraram nos movimentos climáticos permite-lhes fazer previsões exatas de quando ocorrerá um período interglaciar nos próximos milhões de anos, bem como da sua duração, o que reforça a teoria única dos ciclos glaciares, rejeitando a hipótese do fator aleatório.
No entanto, os autores do estudo não acreditam que ocorra uma transição para um estado glaciar nos próximos 10.000 anos.
A razão para tal reside nas emissões humanas de dióxido de carbono, que atingem a atmosfera e provocam um desvio do curso natural. Contudo, estas descobertas recentes podem ser utilizadas para modelar o clima futuro da Terra.