Uma equipa de cientistas norte-americanos encontrou evidências físicas da existência do chamado “instinto maternal” num procedimento científico levado a cabo em ratos de laboratório.
Entende-se como instinto maternal o conjunto de alterações químicas cerebrais que uma mulher sofre após o nascimento de um filho.
De acordo com a nova investigação, cujos resultados foram em mês publicados na PLOS ONE, os especialistas descobriram um grupo de células cerebrais nas cobaias fêmeas que são ativadas quando expostas à ocitocina, também conhecida como “hormona do amor”.
As células cerebrais em causa localizam-se numa área que se acredita estar relacionada com a regulação do comportamento materno.
De acordo com pesquisadores da Universidade Estadual do Louisiana (LSU), nos Estados Unidos, a “hormona do amor” é libertada durante o parto e a amamentação, e pode estar relacionado com a criação da ligação entre mãe e filho.
A mesma hormona quando testada em espécimes masculinos, não teve grande expressão.
Os cientistas acreditam que a descoberta poderá ser universal para todos os mamíferos que exibem comportamento materno, “incluindo os humanos”, afirmou o professor associado do Departamento de Ciências Biológicas da LSU, Ryoichi Teruyama, que liderou o estudo, citado em comunicado da universidade norte-americana.
Nestes sentido, os cientistas esperam que a sua investigação possa ajudar a tratar a depressão pós-parto, patologia associada à expressão alterada da ocitocina.
“Muitos cientistas têm tentado investigar a diferença entre o sistema de ocitocina em mulheres e homens, mas até agora ninguém encontrou evidências conclusivas. A nossa descoberta foi uma grande surpresa”, concluiu Teruyama.
Uma outra investigação também conduzida em cobaias tinha já revelado que ser pai causava alterações cerebrais. De acordo com este estudo, cujos resultados foram publicados em abril de 2018 na revista Nature, os espécimes do sexo masculino sofrem também alterações químicas cerebrais com a chegada de um filho – é o instinto paternal.
