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Cientistas encontram “atalho” para curar a cegueira com células estaminais

O potencial das terapias com células estaminais é extraordinário. No entanto, há ainda um obstáculo que os cientistas estão a tentar superar: certificarem-se de que as células sobrevivam no corpo humano tempo suficiente para que funcionem.

Cientistas do Buck Institute, nos EUA, poderão agora ter encontrado precisamente uma forma de o fazer acontecer.

Num novo estudo publicado na revista Cell Stem Cell, os investigadores conseguiram registar demonstrações de restauração da visão de longo prazo através de transplantes de foto-receptores usando células estaminais humanas.

Os investigadores conseguiram evitar a rejeição do sistema imunológico das células estaminais, bloqueando as respostas imunes habituais que desencadeiam a sua rejeição pelo corpo do receptor.

Originalmente, não era claro se os foto-receptores transplantados simplesmente morriam antes de serem eficazes ou se eram desligados pelo sistema imunológico do organismo.

Deepak Lamba, autor do novo estudo, explica que os cientistas pensavam que o olho e o cérebro estavam isentos de monitorização pelas células do sistema imunológico.

Para descobrir isso, a equipe estudou uma estirpe específica de ratos, saudável, mas que não tinha um receptor de células imunes específico chamado IL2rγ. Estes ratinhos imunodeficientes sem receptores IL2 são incapazes de rejeitar células estranhas transplantadas.

Os ratos mostraram um aumento de dez vezes nas células retinais dadoras derivadas de células estaminais embrionárias humanas vivas. As células retinianas transplantadas amadureceram e integraram-se com sucesso nas retinas dos ratos.

“Isso transformou-se numa bela história de restauração de longo prazo da visão em ratos completamente cegos”, diz Lamba. “Nós mostrámos que estes ratos agora podem perceber a luz mesmo 9 meses após a injecção das células”.

Ao constatar que os transplantes nos ratinhos conseguiram sobreviver, os investigadores precisavam depois de testar se funcionavam de facto. Os foto-receptores derivados de células estaminais foram inseridos numa estirpe de ratinhos com cegueira congénita.

Medindo a resposta das suas cobaias à luz e aos centros de resposta visual dos seus cérebros, para verificar se os sinais do olho estavam a atingir as áreas cerebrais apropriadas, os investigadores observaram que os ratos podiam ver.

“Esta descoberta dá-nos muita esperança de que poderemos criar algum tipo de vantagem com as terapias de células estaminais, para que esta não seja apenas uma resposta temporária, na altura em que as células são colocadas – mas antes uma visão sustentada a longo prazo”, explica Lamba.

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