Cientistas descobriram porque é que só os humanos têm queixo

6

Tim Schoon / University of Iowa

Comparação de crãnios de homo sapiens (esquerda) e neandertal (direita). O homo sapiens tem queixo, o neandertal não.

Comparação de crãnios de homo sapiens (esquerda) e neandertal (direita). O homo sapiens tem queixo, o neandertal não.

Uma equipa de antropologistas encontrou o motivo que explica porque é que os humanos são os únicos animais que têm queixo. Eles consideram que se trata de uma adaptação motivada pela evolução, nomeadamente no que concerne à forma e ao tamanho da face.

Os primatas, os Neandertais e os humanos primitivos não possuíam queixo, de acordo com esta equipa de investigação da Universidade de Iowa, nos EUA, que constata que a formação deste resulta das mudanças verificadas no processo de evolução.

Estes investigadores fizeram análises bio-mecânicas à face e ao crânio de quase 40 pessoas, procedendo à sua medição desde a infância até à vida adulta, e concluíram que processos mecânicos como a mastigação não têm capacidade suficiente para promover alterações na estrutura óssea das mandíbulas.

Assim, eles argumentam que o queixo resulta do facto de as caras humanas se terem tornado mais pequenas, com a evolução, o que levou o queixo a tornar-se mais proeminente.

O queixo humano é uma consequência secundária da mudança no nosso estilo de vida, que começou há cerca de 80 mil anos e que apanhou grande impulso com a migração dos homens modernos de África, cerca de 20 mil anos depois”, explica um dos autores do estudo, Nathan Holton, citado pelo site Sci-News.com.

À medida que os humanos primitivos foram mudando o seu comportamento social, nomeadamente deixando de ser caçadores agressivos e passando a formar comunidades cada vez mais cooperantes, a sua anatomia também foi mudando, nomeadamente em termos do tamanho e da forma da face.

“Os humanos modernos tinham uma vantagem, a dado momento, por terem uma rede social bem ligada, podiam trocar informações e companheiros mais depressa, e isso é inovação. E para isso acontecer, os machos têm que se tolerar uns aos outros“, salienta Robert Franciscus, outro dos autores do estudo, citado pela mesma publicação.

“Tinha que haver mais curiosidade do que agressão e as provas disso residem na arquitectura facial”, conclui o cientista.

ZAP

6 Comments

    • Emoções e antropologia: Nelas o beicinho sem queixo proeminente seria um espanto… Neles espanto seria o lábio superior caído sobre a maçã de adão… Irra, à noite ainda tenho pesadelos…

  1. Dito por aqui noutras paragens:
    Um Antropólogo analisa o ser humano como um ser biológico, social e cultural, organizando as áreas do conhecimento antropológico, segundo aspectos sociais, políticos e culturais.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.