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Cientistas descobriram como é que as “impossíveis” explosões estelares ocorrem

As explosões provenientes de estrelas anãs brancas, chamadas de novas, confundem os astrónomos há anos por serem muitas vezes mais brilhantes do que seria possível. Os cientistas finalmente descobriram por quê – e a resposta é, literalmente, um choque.

O investigador Ray Li, da Universidade Estadual do Michigan (EUA), e outros colegas estudaram a emissão de raios gama e a luz visível de uma nova chamada ASASSN 16ma e concluíram que o brilho extra vem de “choques” – o gás que uma explosão nova inicialmente emite choca com explosões de gás mais rápidas que se seguem.

As anãs brancas são restos de estrelas com até 1,4 vezes a massa do sol. Quando ficam sem combustível, não conseguem continuar a gerar energia e suportar o próprio peso. As estrelas colapsam e tornam-se tão densas que um único centímetro cúbico pode pesar mil toneladas métricas.

Se as anãs brancas tiverem uma estrela companheira, podem extrair o gás da segunda até que o material se funde na sua superfície e explode – uma reação desenfreada que vemos como uma explosão nova.

Na teoria, as novas não podem ser muito luminosas porque, a certo ponto, teoricamente, deveriam se separar. No entanto, a prática vem corroborar isso ao mostrar que muitas novas são mais brilhantes do que a teoria sugere.

Os cientistas acreditam que isso acontece porque a explosão ejeta gases a centenas de quilómetros por segundo. De seguida, vem um vento estelar que sopra a uma velocidade dez vezes mais rápida.

O choque entre esses gases e a aceleração resultante das partículas desencadeia raios gama e adiciona energia à nova. Além disso, os raios-X emitidos pela anã branca também iluminam o gás.

Estes “choques” já eram conhecidos, mas os cientistas não pensavam que fossem importantes. Tradicionalmente, as pessoas acreditam que a fusão na superfície da anã branca é a única fonte de energia para a luz visível numa nova. No entanto, na ASASSN-16ma, os raios gama e a emissão ótica estão fortemente correlacionados, sugerindo que têm a mesma origem – os choques”, explica Li.

A equipa agora quer observar mais novas para ver se a hipótese se mantém. Isso deverá demorar ainda algum tempo, porque explosões estelares não acontecem com frequência.

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