Cientistas descobrem um padrão antigo escondido nas penas dos pássaros

A pesquisa revelou um padrão que nos ajuda a entender os mecanismos por trás da capacidade de voar e porque é que algumas aves a perderam.

Uma novo estudo publicado na PNAS fez uma análise a centenas de espécimes de aves preservadas em coleções de museus ao redor do mundo e revelou um conjunto específico de regras relacionadas com as penas que estão por trás do poder de voo. Estas regras recém-descobertas permitem aos cientistas prever melhor quais os dinossauros que  também poderiam voar.

Os dinossauros terópodes, incluindo as aves, são uma das linhagens de vertebrados mais bem-sucedidas do planeta, devido ao voo e à versatilidade das penas. Esta nova descoberta pode resolver debates paleontológicos antigos sobre se o voo evoluiu nos dinossauros mais de uma vez.

Após examinarem as penas das asas de 346 espécies diferentes de aves, a equipa descobriu que todas as aves voadoras possuem entre 9 e 11 penas de voo assimétricas chamadas primárias.

No entanto, o número de penas primárias em aves não voadoras variou imensamente, com os emus a não as terem e os pinguins a terem até 40.

Analisando fósseis com até 160 milhões de anos, os investigadores identificaram quais foram os antepassados das aves que partilhavam estes traços e, portanto, provavelmente eram capazes de voar, explica o Science Alert.

Entre 35 espécies diferentes de aves extintas, algumas possuíam as penas corretas para o voo, enquanto outras não. Os voadores prováveis incluem o Archeopteryx, considerado um dos primeiros animais semelhantes a aves.

Os microraptores — pequenos dinossauros com quatro asas — também possuíam estas características, apesar de não estarem diretamente relacionados com as aves.

// L. Shyamal Shyamal / Wikipedia; Rawpixel

Anatomia da asa de um pássaro com as penas de voo em destaque

 

Curiosamente, o Caudipteryx tinha o número correto de penas primárias, mas eram quase completamente simétricas, o que quase certamente impediu a capacidade de voo. Os autores especulam que o antepassado do Caudipteryx provavelmente era capaz de voar, mas o animal perdeu essa habilidade desde então.

A análise sugere que a anatomia necessária para o voo evoluiu numa espécie ancestral a todos estes grupos de penaraptoranos antes de se diversificarem. Alguns, como o Caudipteryx, tornaram-se incapazes de voar cedo, enquanto outros, como os Microraptores, mantiveram o seu voo mas acabaram num beco sem saída evolutivo. Já os restantes deram origem às aves modernas.

ZAP //

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