Cientistas descobrem um caminho seguro para curar alergias alimentares

A pesquisa descobriu que colocar quantidades menores de alérgenos debaixo da língua das crianças ajuda a criar uma resistência.

Um estudo pioneiro publicado na The Journal of Allergy and Clinical Immunology: In Practice oferece nova esperança para crianças mais velhas e adolescentes com alergias alimentares, especialmente aqueles com alto risco de reações graves.

A pesquisa foca-se na imunoterapia sublingual (SLIT), um método que administra quantidades menores de alérgenos alimentares sob a língua como uma alternativa mais segura e eficaz à imunoterapia oral, particularmente para aqueles que não podem consumir alérgenos oralmente para construir resistência.

A SLIT destaca-se pela sua segurança e eficácia, semelhante ao sucesso da imunoterapia oral com crainças pré-escolares, mas destinada a um grupo demográfico considerado muito vulnerável para a abordagem convencional.

Esta nova terapia aborda os desafios impostos pela “fase de acumulação” da imunoterapia oral, que implica visitas clínicas quinzenais para aumentos de dose sob supervisão médica —um processo demasiado arriscado para crianças mais velhas com um historial de reações alérgicas graves. Em vez disso, a SLIT introduz uma dose de alérgeno muito menor, tipicamente apenas 2 mg de proteína, absorvida sublingualmente, minimizando assim o risco.

O estudo envolveu cerca de 180 pacientes entre os quatro e os 18 anos, muitos dos quais sofriam de múltiplas alergias alimentares. Realizado durante a pandemia de COVID-19, o protocolo SLIT adaptou-se à supervisão virtual, exigindo 3-5 consultas ao longo de vários meses. Os cuidadores foram treinados para preparar e administrar essas doses em casa, utilizando receitas desenvolvidas com a dietista da equipa, para garantir que uma variedade de alérgenos fosse tratada de forma segura.

Notavelmente, a fase de acumulação da SLIT relatou apenas sintomas leves, sem reações graves durante as fases de acumulação e manutenção. De forma notável, após 1-2 anos de doses diárias, 70% dos participantes testados puderam tolerar 300 mg do seu alérgeno — espelhando a taxa de sucesso da imunoterapia oral sem os seus riscos associados, explica o SciTech Daily.

Esta terapia não só promete um caminho mais seguro para construir tolerância a alérgenos para grupos de alto risco, mas também alivia a procura em clínicas sobrecarregadas pela supervisão intensiva necessária para a fase de acumulação da imunoterapia oral.

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