Cientistas descobrem uma camada oculta da Terra

Leonello Calvetti / Dreamstime

A Terra com o manto superior revelado.

A cerca de 150 quilómetros da superfície da Terra, descansa uma camada oculta de rocha parcialmente derretida.

Localizada logo abaixo da crosta terrestre, esta camada anteriormente desconhecida pode agora resolver mistérios sobre os movimentos das placas tectónicas.

Estudos anteriores já tinham sugerido a existência desta camada em áreas isoladas, mas o novo artigo científico dá conta de que esta camada é bem mais extensa do que se poderia imaginar.

As descobertas sugerem que a rocha derretida que flui abaixo do manto superior pode desempenhar apenas um pequeno papel nas mudanças das placas tectónicas em comparação com outras forças, explica a VICE.

A ideia de estudar a nova camada – conhecida como zona astenosférica de baixa velocidade sísmica – surgiu depois de a equipa estudar imagens sísmicas do manto superior por cima daquilo que é hoje a Turquia, que sugeriam que havia manchas de rocha parcialmente derretida por baixo da crosta.

Um sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter abalou a Turquia na madrugada de domingo, provocando até ao momento 3.419 mortos e 20.534 feridos.

Ao montar um mapa global da astenosfera, os investigadores perceberam que não era uma anomalia localizada debaixo da Turquia, mas sim uma característica comum encontrada por todo o mundo. A camada aparecia em leituras sísmicas onde quer que a astenosfera fosse mais quente, escreve a IFLScience.

“Quando pensamos em algo a derreter, pensamos intuitivamente que o derretimento deve desempenhar um grande papel na viscosidade do material”, disse Junlin Hua, autor principal do artigo, num comunicado citado pelo EurekaAlert. “Mas o que descobrimos é que, mesmo onde a fração derretida é bastante alta, o seu efeito no fluxo do manto é muito menor”.

O novo estudo pode então ajudar os cientistas a desvendar os mistérios de como é que as placas tectónicas surgiram no nosso planeta e quão comuns podem ser em outros mundos.

Os resultados foram publicados esta segunda-feira na revista científica Nature Geoscience.

ZAP //

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