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Cientistas criam sistema que “prevê” terramotos

Massimo Percossi / EPA

Um grupo de cientistas da Itália, Estados Unidos, Nova Zelândia e Japão desenvolveu uma sistema capaz de prever a ocorrência de terramotos. O modelo foi testado entre 2009 e 2014.

Os primeiros testes do modelo foram realizados pelo Laboratório para Estudos de Presibilidade de Terramotos (Csep) com resultados positivos, sendo publicados na passada quarta-feira na revista Seismological Research Letters.

“Não temos a capacidade de dizer se haverá um terramoto amanhã, mas podemos calcular a sua probabilidade“, explicou à Ansa o sismólogo Warner Marzocchi.

Os testes foram realizados pelo Csep em 4 lugares do mundo, recorrendo ao uso da estatística e dos bancos de dados. Foi depois estabelecido um modelo comparativo entre os locais e o período de estudo, compreendido entre 2009 e 2014.

Se a probabilidade de um terremoto ocorrer “é de 5%, isto significa que, em média, a cada 20 vezes que houver uma determinada condição, acontecerá um terremoto”, esclareceu Marzocchi.

Para o estudo, foram também analisados os sismos ocorridos na Itália em 2012, que afetaram principalmente a região da Emília-Romana e fizeram dezenas de mortos. E, no futuro, serão utilizados para comparação os terramotos que atingiram o centro de Itália em 2016, fazendo 299 vítimas.

“O confronto entre as previsões e os dados observados permite estabelecer um modelo mais eficiente“, disse Marzocchi, acrescentando que “graças ao Csep, foi possível levar a um âmbito científico todas as discussões sobre as previsões de sismos”, concluiu.

Mas porque é que Itália é tão suscetível a terramotos?

Segundo a BBC, a atividade sísmica na região mediterrânea é resultado do grande atrito entre as placas tectónicas da África e a Eurásia – a massa que forma a Europa e a Ásia.

Para além disso, vários cientistas afirmam que o Mar Tirreno, no oeste da Itália, tem vindo a abrir cerca de 2 cm por ano, o que tem contribuído para a formação de fendas na cordilheira dos Apeninos.

(dr) Daily Mail

A Itália está no limite das placas tectónicas de África e da Eurásia

De acordo com os especialistas, o resultado é um grande sistema de falhas que percorre toda a extensão da cadeia montanhosa, com uma série de falhas menores aos lados, e as cidades como Perugia – onde ocorreu o terramoto devastador – está localizada em cima dessas falhas.

ZAP //

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