Cientista nuclear norte-coreano suicida-se com veneno depois de ser repatriado pela China

O desertor norte-coreano, que em novembro foi detido na cidade chinesa de Shenyang e enviado para a Coreia do Norte, bebeu veneno na cela de segurança enquanto esperava para ser interrogado.

Um cientista do setor nuclear da Academia Estatal de Ciências de Pyongyang – que foi preso a 4 de novembro na cidade chinesa de Shenyang juntamente com um grupo de cientistas norte-coreanos e enviado para a Coreia do Norte no dia 17 do mesmo mês – cometeu suicídio bebendo veneno na sua cela, relata a estação de rádio norte-americana RFA, citando uma fonte na província de Hamgyong.

“Suicidou-se poucas horas depois de ter sido colocado em isolamento no Departamento de Segurança Estatal na cidade de Sinuiju”, perto da fronteira com a China, assegura fonte da RFA, sob anonimato.

“Morreu antes de ter sido interrogado sobre os motivos da sua fuga, sobre quem tinha ajudado e qual era a sua rota de fuga”, acrescentou.

Ainda segundo a mesma fonte, o desertor norte-coreano terá tirado férias e aproveitou para ir visitar familiares que vivem perto da fronteira, sem os avisar e sem documentos válidos para viajar. “Quando soube que estava a ser procurado pelas autoridades simplesmente desapareceu”, explicou.

Fontes da Coreia do Norte identificaram o desertor como Hyun Cheol Huh, de 50 anos. No entanto, a fonte da RFA disse não ter a certeza “de que esse fosse o seu nome verdadeiro”.

“Geralmente, a Segurança de Estado usa números ou nomes falsos quando se refere a pessoas importantes que estão sob a sua custódia”, detalhou.

Por algum motivo por esclarecer, o desertor não revelou às autoridades chinesas que era um cientista nuclear quando foi detido. “Se o Governo da China soubesse que ele era um cientistas nuclear, nunca o teriam repatriado, porque iam querer saber informações”, opina a fonte.

Funcionários da segurança norte-coreana estão a investigar como é que o desertor conseguiu passar o rio Tumen e chegar à China, onde se juntou a outros desertores.