Chuva e vento deixam rasto de destruição no Norte do país

Estela Silva / Lusa

Parte da muralha da Fortaleza de Valença que sofreu uma derrocada no domingo

Na segunda-feira, em Chaves, o rio Tâmega galgou as margens e inundou espaços comerciais na zona ribeirinha, junto à ponte romana. O nível das águas subiu 2,95 metros acima do normal neste período.

“É uma tristeza enorme. Já vivi 20 cheias. Desta vez fomos avisados na sexta-feira e coloquei as máquinas em cima das mesas. Temo prejuízos avultados, depois de ter gasto recentemente 11 mil euros em obras”, lamentou Maria Salgado, proprietária de um restaurante, em declarações ao Correio da Manhã.

Já Amândio Ferreira viu a garagem do hotel onde trabalha alagada, sendo “necessário bombear a água para o exterior”.

“As alterações climáticas são a explicação para as cheias, bem como os incêndios, uma vez que a destruição da vegetação impede os solos de reter a água”, disse o presidente da câmara, Nuno Vaz.

Em Lanhelas (Caminha), a situação mais grave registou-se no Caminho do Regueiro, onde a força da água arrastou uma caravana, um barco e dois carros e arrancou as pedras da calçada.

“A nossa primeira preocupação foi tornar as principais ruas transitáveis para que as pessoas possam sair de casa. Nos próximos dias iremos contabilizar os estragos, que deverão ser de centenas de milhares de euros”, indicou ao jornal Adolfo Marrocos, presidente da Junta de Freguesia de Lanhelas.

Em Vila de Cerveira, um lar de idosos ficou inundado. Na zona centro, em Cantanhede, a Estrada Florestal 1 foi cortada.

Na segunda-feira, numa deslocação ao Minho, em Vila Praia de Âncora, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, garantiu que, “no imediato, os municípios têm meios financeiros para o mais urgente”.

A governante estimou que “no prazo máximo de um mês” terá “o levantamento dos danos e, o cálculo do investimento que é necessário fazer”.

Em Valença, onde parte da Fortaleza cedeu no domingo, indicou que “a melhor solução é ser a autarquia a intervir com o apoio da Direção Regional de Cultura do Norte, na recuperação da muralha da fortaleza”.

A Fortaleza de Valença, no distrito de Viana do Castelo, está classificada como Monumento Nacional desde 1928 e a chuva e vento deverão ser o motivo pelo qual parte da muralha cedeu.

Derrocada de pedras no Porto

Uma derrocada de pedras de grandes dimensões ocorreu esta terça-feira cerca das 09:50 na Avenida Gustavo Eiffel, no Porto, tendo atingido dois quartos de um hotel ali localizado, mas sem causar vítimas, segundo fonte da PSP.

De acordo com a fonte do Comando Metropolitano da PSP do Porto, não houve necessidade de interromper a circulação do trânsito naquela avenida.

Em declarações à Lusa, fonte do Gabinete de Imprensa da Câmara do Porto explicou que a derrocada aconteceu nas traseiras do hotel Eurostar Porto Douro, devido à acumulação de água, em consequências das chuvas das últimas semanas.

No local, segundo esta fonte, estão técnicos da proteção civil municipal “a avaliar a situação”.

Contactada pela Lusa, fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) do Porto disse que estão no terreno um total de 21 operacionais, auxiliados por oito viaturas, a proceder à limpeza daquela via.

ZAP //

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