Cientistas britânicos anunciaram o desenvolvimento do chip de computação quântica de melhor desempenho do mundo, que poderá ser integrado num computador quântico “utilizável” até 2027.
O novo chip, criado pela Oxford Ionics, utiliza uma unidade de controlo integrada para regular o estado dos qubits e pode ser produzido em massa utilizando processos convencionais de fabricação de semicondutores.
A chave para esta tecnologia está na forma como lida com os bits quânticos, ou qubits, as unidades fundamentais de informação na computação quântica.
Uma abordagem comum para controlar qubits em computadores quânticos é a tecnologia de iões presos, que envolve isolar átomos carregados individuais em um campo eletromagnético e usar lasers para controlar precisamente o seu estado quântico.
Embora eficaz, essa tecnologia não é escalável devido ao custo e complexidade dos lasers, escreve o Live Science.
No entanto, o novo chip desenvolvido pela Oxford Ionics elimina completamente o uso de lasers, utilizando um sistema patenteado de “Controlo Eletrónico de Qubits” para regular o estado dos iões presos.
Com todos os elementos necessários integrados no silício, o novo chip é mais confiável e mais fácil de produzir em escala. Em testes, o chip demonstrou o dobro do desempenho dos recordistas anteriores, utilizando dez vezes menos qubits. Os resultados foram publicados a 10 de julho no servidor de pré-impressão arXiv.
Para o estudo, a Oxford Ionics microfabricou uma armadilha de iões com apenas alguns micrómetros de diâmetro, que formou a base do chip quântico.
Os investigadores mediram o desempenho do chip pela precisão das operações conhecidas como fidelidade de porta, que indicam o quão perto uma porta quântica corresponde à sua operação teórica ideal.
O chip alcançou fidelidades de porta de qubit único de 99,9992% e de dois qubits de 99,97%, as maiores já registadas por um chip quântico, sem a necessidade de correção de erros.
A Oxford Ionics vai agora entregar a arquitetura do chip ao Centro Nacional de Computação Quântica do Reino Unido (NQCC) como parte do programa Quantum Computing Testbed.