As Marinhas de Guerra da China e Singapura informaram na quarta-feira que estão a realizar exercícios navais conjuntos, iniciativa que a diplomacia chinesa espera que contribua para uma aproximação do aliado asiático norte-americano às suas pretensões no Mar do Sul da China.
Os exercícios com Singapura surgiram de “um consenso entre as duas Marinhas”, afirmou o porta-voz da Marinha da China, Gao Xiucheng, indicando que o objetivo é “estimular a cooperação mútua, aprofundar a amizade, promover a cooperação e encetar conjuntamente a construção de uma comunidade marítima com um futuro partilhado”.
Segundo avançou na quarta-feira o Diário de Notícias, os exercícios conjuntos de busca, resgate e de comunicações devem ter a duração de três dias e acontecem na sequência de um acordo de 2019 entre ambos os países.
A China reclama a soberania da quase totalidade das ilhas do Mar do Sul da China e desaprova as operações na zona pelos Estados Unidos (EUA), que têm bases navais em vários pontos da região. No início do mês, as Marinhas chinesa e norte-americana estiveram envolvidas num incidente na região.
Os EUA defendem que a navegação na zona é livre por se tratarem de águas internacionais, enquanto a China considera a passagem não autorizada de navios estrangeiros como um atentado à sua soberania.
Ao South China Morning Post, o analista de segurança marítima na S. Rajaratnam School of International Studies de Singapura, Collin Koh, referiu que, com estes exercícios, a China tenta compensar os feitos da pandemia nos seus esforços diplomáticos na região.
Já ao jornal oficial chinês Global Times, o académico Fan Lei, da Universidade Jovem de Ciência Política de Shandong, disse que os exercícios “mostram que a cooperação de defesa entre os dois países se tornou sistematizada e que a confiança mútua está a crescer”. “A preocupação comum de China e Singapura é a segurança do Estreito de Malaca (…) e os exercícios têm mais relevância política do que militar”, apontou.
São duas ditaduras parecidas!…