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Com a demografia em queda, China vai permitir que casais tenham três filhos

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A China vai permitir que todos os casais tenham um terceiro filho com o objetivo de conter a redução da taxa de natalidade e o envelhecimento da população, que são riscos para as perspetivas económicas do país.

Após os dados dos últimos Censos terem revelado uma queda de nascimentos no país com mais população do mundo, a China anunciou esta segunda-feira que os casais podem ter até três filhos e não apenas dois como definia o limite existente atualmente.

A política de natalidade chinesa, que ditava que a maioria das famílias apenas poderia ter um filho, tem vindo a ser relaxada nos últimos anos.

Numa reunião do Partido Comunista da China, presidida pelo secretário-geral Xi Jinping, terá sido acordado que “permitir que cada casal tenha três filhos e implementar políticas de apoio relacionadas ajudará a melhorar a estrutura da população”, segundo avança a agência de notícias chinesa Xinhua, citada pela Bloomberg.

Para já, não ficou claro quando a mudança irá entrar em vigor, mas a reunião serviu para discutir as principais medidas políticas a serem implementadas num período de cinco anos, que começou este ano.

Neste encontro, também terão decidido que a China “prudentemente irá aumentar a idade de reforma de maneira gradual”.

A política de natalidade chinesa tem sido reformada nos últimos anos, sendo que em 2016 passou a ser permitido um segundo filho.

No entanto, a medida contribuiu pouco para reverter a queda da taxa de natalidade, fenómeno que significa que a população do país pode começar a diminuir em breve.

Apesar dos esforços do Governo para encorajar a natalidade, os nascimentos anuais na China continuaram a diminuir, até atingirem um decréscimo recorde de 12 milhões em 2020. A taxa de fertilidade do Estado mantém-se em 1,3, isto é, abaixo do nível de renovação geracional.

A seleção baseada no género na China também fez parte da política anti-natalidade durante décadas. O país assumiu a preferência social tradicional por crianças do sexo masculino, o que levou a uma geração de abortos seletivos e ao abandono de meninas.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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