China oferece até 14 mil euros por denúncias de ameaças à segurança nacional

O governo chinês pagará recompensas, que podem chegar aos 14 mil euros, por denúncias de ameaças à segurança nacional, revelou Pequim esta semana.

Os cidadãos podem receber recompensas que variam de menos entre 10 mil e 100 mil yuans (entre 1400 euros e 14 mil euros), dependendo da relevância da informação fornecida, avançou recentemente a CNN. Essas retribuições podem incluir também “recompensas espirituais”, como certificados.

Embora a tática de pagar por informações não seja nova no país, esta medida visa incentivar os cidadãos a identificar espiões estrangeiros, nacionais que os estejam a ajudar ou chineses que criticam o governo, disse ao estatal Legal Daily um representante do Ministério de Segurança do Estado, citado pela Reuters.

Estas medidas têm como objetivo “mobilizar totalmente o entusiasmo da população em geral”, de forma a que “apoiem e ajudem no trabalho de segurança nacional, “reunindo amplamente os corações, a moral, a sabedoria e a força do povo”, disse o representante ao Legal Daily.

O plano somente se aplica a novas denúncias e as autoridades poderão ser notificadas de várias formas – online, presencialmente, através da linha direta de segurança nacional ou por correio. Se uma mesma denúncia for feita por pessoas diferentes, a recompensa vai para a primeira a fazer o relato, mas as restantes poderão receber algo em troca.

Em 2015, a China criou uma linha direta para as pessoas relatarem suspeitas relacionadas com espiões.

De acordo com um comunicado de imprensa publicado no site da polícia, Hong Kong também deve atualizar a sua “linha direta anti-violência”, lançada em 2019 após os protestos contra a lei de segurança nacional imposta por Pequim.

Após a entrada em vigor da Lei de Segurança Nacional, em meados de 2020, “foi restabelecida a ordem em Hong Kong. No entanto, a polícia tem observado que as atividades dos extremistas locais se tornaram clandestinas e mais secretas”, apontou igualmente o comunicado.

A linha em questão, referiu ainda a polícia, será transferida para a linha direta de combate ao terrorismo, gerida pela Unidade de Combate ao Terrorismo. “Para encorajar a população a fazer denúncias, a polícia planeia pagar recompensas a quem fornecer informações confiáveis ​​relacionadas ao terrorismo”, concluiu.