/

China condena encontro de Obama com o Dalai Lama

Cea. / Flickr

O presidente Barack Obama com Sua Santidade, o Dalai Lama. Os dois Nobel da Paz encontraram-se na Casa Branca, em 2010

O presidente Barack Obama com Sua Santidade, o Dalai Lama. Os dois Nobel da Paz encontraram-se na Casa Branca, em 2010

O governo chinês manifestou hoje a sua “forte oposição” ao anunciado encontro do Presidente norte-americano, Barack Obama, com o Dalai Lama, considerando a iniciativa “uma ingerência nos assuntos internos da China”.

“Opomo-nos fortemente à ingerência de qualquer país nos assuntos internos da China em nome de questões relacionadas com o Tibete”, disse o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei.

Barack Obama vai participar quinta-feira com o Dalai Lama numa Oração Nacional (National Prayer Breakfast) em Washington, anunciou a Casa Branca, no que será o quarto encontro entre o presidente norte-americano e o exilado líder espiritual dos tibetanos.

Questões relacionadas com o Tibete dizem respeito ao núcleo essencial dos interesses e dos sentimentos nacionais da China”, disse o porta-voz do MNE chinês.

“Exortamos os Estados Unidos a manterem-se fiéis aos seus compromissos acerca do Tibete e a lidarem com a referida questão tendo em conta os interesses globais das relações sino-norte-americanas”, acrescentou.

O Dalai Lama, galardoado em 1989 com o Premio Nobel da Paz, exilou-se na India há mais de meio século, depois de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa no Tibete.

Para as autoridades chinesas, o Dalai Lama “é um lobo com pele de cordeiro” e “sob a capa da religião, promove atividades para dividir a China”.

O Tibete – um vasto e remoto território da cordilheira dos Himalaias, cerca de doze vezes maior do que Portugal e apenas três milhões de habitantes, é uma das cinco regiões autónomas da Republica Popular da China.

O Dalai Lama reclama uma “maior autonomia para o Tibete”, nomeadamente no plano cultural e religioso, mas diz que não defende a independência do território.

Em dezembro, o papa Francisco recusou uma audiência com Dalai Lama para evitar tensões com a China.

/Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.