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CERN descobre pista para o mistério da antimatéria perdida do Universo

NRAO/AUI/NSF; D. Berry

A antimatéria é um dos maiores mistérios da Física: todas as partículas que constituem a matéria têm versões de antimatéria quase idênticas, mas com propriedades espelhadas, como carga elétrica oposta. A curiosidade levou os cientistas a abordar questões como esta, que o Universo parece querer esconder. 

Lars Eklund, professor de Física de Partículas da Universidade de Glasgow, na Escócia, escreveu recentemente um artigo no The Conversation no qual explica os novos resultados obtidos pelo LHCb, um dos seis detetores de partículas do CERN, sobre a antimatéria.

A busca pela antimatéria deu o primeiro passo em 1928 com Paul Dirac, físico britânico que lançou as primeiras luzes sobre as características da mecânica quântica. Em 1932, Carl Anderson, um médico do Instituto de Tecnologia da Califórnia, descobriu o positrão, uma partícula com a mesma massa elétrica do eletrão, mas positiva – e associada à antimatéria.

No artigo, Eklund explica que, após uma grande explosão primitiva, a matéria excedeu a antimatéria. Apesar de não haver uma razão para que esta interação primordial não seja conhecida, o físico propõe que o Universo em que vivemos é o sobrevivente de uma aniquilação de energias.

O mesão é uma partícula subatómica que contém um quark e um antiquark, que se aniquilam mutuamente. O professor explica que a partícula “pode transformar-se espontaneamente no seu parceiro antipartícula e depois voltar, um fenómeno que foi observado pela primeira vez na década de 1960”.

No interior do LHCb, foi gerado um tipo de mesão quando protões colidiram com outros protões no Grande Colisionador de Hadrões (LHC), onde “oscilaram no seu antimesão” e voltaram três biliões de vezes por segundo. No entanto, a amostra é muito pequena e inconclusiva.

“Investigar este mecanismo que sabemos que pode gerar assimetrias matéria-antimatéria, sondando-o de diferentes ângulos, pode dizer-nos onde está o problema“, escreveu Eklund, destacando que monitorizar o mundo em pequena escala é uma oportunidade valiosa para o entender em escalas maiores.

Liliana Malainho, ZAP //

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