Uma pequena “ervilha” no seu cérebro pode ser muito mais importante do que pensávamos

Uma nova pesquisa descobriu que o colículo superior tem um papel mais importante na nossa visão do que pensávamos até agora.

Um novo estudo publicado na eLife descobriu que o colículo superior, uma pequena região do cérebro do tamanho de uma ervilha, desempenha um papel muito mais significativo na nossa visão do que se acreditava anteriormente.

Este avanço vem iluminar as complexidades do processamento visual no cérebro, sugerindo que esta antiga estrutura, preservada ao longo de milhões de anos de evolução, é fundamental na distinção de objetos contra os seus fundos – uma habilidade vital para a sobrevivência.

Historicamente, acreditava-se que o córtex visual era o principal responsável pela nossa capacidade de separar objetos dos seus contextos. No entanto, essa teoria não explicava como animais com um córtex visual subdesenvolvido ou inexistente ainda conseguiam realizar tais tarefas visuais complexas. Assim, os investigadores voltaram a sua atenção para o colículo superior, que, juntamente com o córtex visual, recebe entrada sensorial direta dos olhos.

Através de experiências conduzidas em ratos utilizando optogenética – uma técnica que permite o controlo de células em tecidos vivos com luz – os cientistas desativaram temporariamente o colículo superior para observar os efeitos.

Os resultados foram reveladores: os ratos com o colículo superior desativado apresentaram dificuldade em detetar objetos ao seu redor, destacando a importância dessa região na interpretação do ambiente imediato, escreve o Science Alert.

Além disso, o estudo utilizou rastreamento ocular e gravação de sinais elétricos no cérebro, observando um aumento na atividade dentro do colículo superior quando os ratos detetavam objetos. Essa atividade era notável tanto em tarefas visuais simples quanto em tarefas mais complexas, indicando que o colículo superior desempenha um papel ativo e crucial na processamento visual.

Apesar das semelhanças entre os cérebros de ratos e humanos, os investigadores enfatizam a necessidade de demonstrar estes resultados em seres humanos antes de tirar conclusões definitivas.

ZAP //

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