Tubarões-martelo sentem-se atraídos pelo vulcão graças aos seus sinais eletromagnéticos. Relaxar, socializar e, talvez, encontrar um parceiro sexual é o objetivo desta festa de verão, acreditam os cientistas.
Se visse centenas de tubarões-martelo a nadar em círculos em torno de um vulcão, formando uma espécie de tornado de predadores cartilaginosos, o que pensaria que estavam estes donos do mar a fazer?
Na verdade, pode assistir a esse espetáculo inusitado da natureza num vídeo captado na Ilha Cocos, no Oceano Pacífico, a 500 km a sudoeste da Costa Rica. A motivação para tal atividade? A Ciência responde.
No leito marinho, sinais magnéticos são emitidos por um antigo vulcão submarino na região, e os tubarões-martelo (Sphyrnidae) captam as mensagens das rochas vulcânicas arrefecidas. Como? Tal como outras espécies de tubarão, também os tubarões-martelo possuem um sentido extra que nós, humanos, nem conseguimos imaginar: a capacidade de detetar ondas eletromagnéticas.
Embora os ameaçados tubarões-martelo migrem anualmente até à Ilha Cocos, considerada um refúgio para a espécie, os cientistas ainda não conhecem ao certo as razões para o grande encontro, além da atração pelo sinal vulcânico.
Uma festa de verão
Equipas de filmagem acompanharam uma fêmea da espécie desde o seu ninho costeiro até ao oásis vulcânico. Nadou cerca de 480 km pelo Oceano Pacífico, para o documentário “Planeta Vivo”, da Netflix.
Graças aos sinais eletromagnéticos, a jovem fêmea seguiu o seu instinto até à ilha, formada pela erupção do vulcão, erguendo-se a 3,6 km acima do leito marinho e lá solidificando.
Segundo o produtor da série documental, Ben Roy, disse ao Live Science, foi possível até observar o momento em que a predadora se juntou ao círculo hipnotizante.
Acredita-se que a atividade sirva para relaxar, socializar e, talvez, encontrar um parceiro sexual — seria um tipo de festa de verão para a espécie de tubarão.
A congregação, no entanto, não representa a primeira reunião misteriosa de tubarões observada pela Ciência. A mesma espécie foi vista na Polinésia Francesa, no sul do Pacífico, mas, dessa vez, só as fêmeas compareceram.
ZAP // CanalTech