Há mais de cem escolas onde ainda se vendem chocolates e refrigerantes

3

Chris P Jobling via Foter.com / CC BY-SA

Mais de cem escolas públicas estabeleceram contratos para a aquisição de produtos alimentares que a DGS e a DGE pediram para ser evitados nas escolas.

Em 2012, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Direção-Geral da Educação (DGE) juntaram-se para criar um documento orientador sobre o procedimento a adotar no que toca à oferta alimentar aos seus alunos. Oito anos depois, esta iniciativa parece não ter surtido efeito.

Segundo o Diário de Notícias, desde o primeiro dia de 2020, mais de cem escolas públicas estabeleceram contratos para a aquisição de produtos que supostamente deviam evitar (bolos, bolachas, chocolates, gelados, refrigerantes e enchidos).

Esta situação já tinha sido denunciada, em 2018, no estudo “Gerações mais saudáveis”, do Conselho Nacional de Saúde (CNS): Apenas 1,3% dos estabelecimentos de ensino cumprem a proporção entre produtos a promover e a limitar.

De acordo com o jornal, que cita os dados da Childhood Obesity Surveillance Initiative, a obesidade infantil em Portugal voltou a aumentar para 29,6%, no ano passado, e continua a ser das mais altas da Europa — 15,3% do total das crianças de oito anos são consideradas obesas e 5,4% têm obesidade severa.

Em declarações ao diário, Ângela, professora de Português no externato As Descobertas, no Restelo, em Lisboa, conta que, nesta escola, as crianças estão habituadas a comer bem, mas que as boas práticas se devem, sobretudo, à educação que recebem em casa. “Se os pais põem fruta, eles comem fruta. Se fossem smarties, eles comiam smarties”.

António Bonito, professor de História e membro da direção, concorda com a colega, relembrando que o facto de os pais se incluírem numa classe média-alta tem efeito. A passagem por outras escolas com contextos socioeconómicos complicados mostra-lhe que o que se passa no externato é “um nicho”. Lá, “os alunos só se alimentam do que é mais fácil de comprar”.

A DGE e a DGS, em conjunto com a Nestlé, procuram promover melhores hábitos alimentares, através do seu programa de combate à obesidade infantil, que já celebra 20 anos em Portugal. O objetivo passa por ajudar 50 milhões de crianças até 2030.

ZAP //

3 Comments

  1. É muito natural ,muitos directores dessas escolas , ou não sabem ler não receberam a informação do
    ministro , ou se não é proibido , é só não aconselhado , então não há problema algum ….
    Se calhar dão jeito uns brinquedos para os miúdos no Natal .

    • Acredite que o problema das escolas não está nos chocolates… pelo menos destes… nem nos refrigerantes…que também são outros

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.