O xadrez centrista já começa a mexer-se. Nuno Correia da Silva, antigo membro da direção de Manuel Monteiro, vai avançar com uma moção ao congresso e Miguel Mattos Chaves, vogal da Comissão Política Nacional, deverá mesmo disputar a liderança com o eurodeputado Nuno Melo.
O Público avança que Nuno Correia da Silva, antigo membro da direção de Manuel Monteiro, vai avançar com uma moção de estratégia global ao congresso do CDS.
O centrista admite mesmo estar disponível para ser candidato à liderança. “Se a moção vencer o congresso assumo a responsabilidade”, afirmou em declarações ao diário.
Nuno Correia da Silva foi líder da Juventude Centrista, deputado entre 1995 e 1999, saiu do CDS em 2003 (para a Nova Democracia), foi cabeça de lista pelo PPM em Lisboa em 2013 e regressou ao CDS em 2016. Apesar de ter apoiado João Almeida no congresso de 2020, aceitou integrar a comissão política de Francisco Rodrigues dos Santos e foi cabeça-de-lista em Viseu nas autárquicas de setembro.
Assume que foi crítico da atual direção do partido, mas centra-se no futuro. A sua estratégia passa por posicionar o CDS à imagem do Partido Popular espanhol e até rebatizá-lo como “Partido Popular”.
“É uma direita para quem cria riqueza, para quem não está protegido pelas confederações sindicais e não quer votar num partido xenófobo”, destacou, salientando que é preciso perceber o que aconteceu ao CDS nas últimas legislativas.
Ainda assim, não isenta de responsabilidades a participação do partido no Governo PSD/CDS: “Houve um esbater de fronteiras. Não se sabe onde acaba o PSD e começa o CDS.”
Na disputa pela liderança está já confirmado o eurodeputado Nuno Melo. Junta-se agora o vogal da Comissão Política Nacional Miguel Mattos Chaves, que vai apresentar a sua candidatura na sexta-feira, dia 18 de março, na sede nacional do partido, no Largo do Caldas, em Lisboa.
De acordo com o Jornal i, Mattos Chaves tem vindo a colher apoios “sobretudo das bases” do partido, mas garante que também dirigentes distritais e concelhios já lhe manifestaram apoio.
O vogal da Comissão Política Nacional do CDS-PP vai também apresentar uma moção de estratégia global ao congresso. “Apresentarei uma moção de estratégia global ao Congresso. Mal tiver as assinaturas para a minha moção, anunciarei publicamente a minha candidatura a presidente do CDS”, referiu, há duas semanas, em comunicado enviado às redações.
Na mesma nota, o também conselheiro nacional, que foi candidato à Câmara Municipal da Figueira da Foz nas últimas autárquicas, defendeu que “a direita conservadora e a democracia cristã não podem ficar órfãs” e “precisam do CDS”.
“O CDS não pode morrer, muito menos ser integrado noutro partido! A liberdade económica, temperada com a justiça social, precisa do CDS!”, salientou.
O congresso do CDS está marcado para 2 e 3 de abril.
ZAP // Lusa