Protestos, invasões e Governo demitido. Cazaquistão a braços com um dos maiores tumultos da sua história

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EPA / STR

Polícia de choque no Cazaquistão

A subida do preços dos combustíveis despoletou uma enorme onda de protestos no Cazaquistão. Depois de demitir o Governo, o Presidente do país prometeu “firmeza máxima”.

A maior cidade do Cazaquistão, Alma-Ata, foi palco da terceira noite consecutiva de violentos protestos, que terminou com dezenas de mortos.

Um porta-voz da polícia cazaque revelou a uma televisão local que os seus agentes “eliminaram” membros das “forças extremistas” que se juntaram na maior praça da cidade.

“Dezenas de atacantes foram eliminados, as suas identidades estão a ser estabelecidas”, adiantou Saltanet Azirbek, citado pela Al-Jazeera.

Segundo o Público, milhares de pessoas têm-se manifestado em várias cidades contra as autoridades. Uma televisão estatal avança mesmo que os manifestantes mataram 13 agentes da polícia, incluindo dois decapitados.

Apesar da repressão policial, muitos dos protestos têm terminado em ataques e saques a edifícios públicos, lojas, veículos e caixas multibanco. O aeroporto da maior cidade do país foi invadido por manifestantes.

Kassim-Jomart Tokaiev, Presidente do Cazaquistão, afastou Nursultan Nazarbaiev, o primeiro chefe de Estado do país, do cargo.

O Presidente assumiu a chefia do conselho de segurança estatal para responder a uma ameaça que diz estar a ser liderada por “gangues terroristas”, treinados “no estrangeiro”, que querem tomar conta das infraestruturas “estratégicas” e militares do país.

Na quarta-feira, foi decretado o estado de emergência generalizado, com imposição do recolher obrigatório e proibição de ajuntamentos, mas as medidas são insuficientes.

Face a este problema, Tokaiev fez um pedido formal de ajuda à Organização do Tratado de Segurança Colectiva (OTSC), que confirmou, esta quarta-feira à noite, o envio de uma força de manutenção de paz, que deverá chegar ao território a qualquer momento.

A aliança militar liderada pela Federação Russa e composta pelas antigas repúblicas soviéticas da Arménia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão, revelou que vai intervir “durante um período de tempo limitado, de forma a estabilizar e normalizar a situação”.

“Em resposta ao apelo e considerando a ameaça à segurança nacional e à soberania do Cazaquistão causada, entre outras coisas, por interferência externa, o conselho de segurança coletivo da OTSC decidiu enviar as Forças Coletivas de Manutenção de Paz para a República do Cazaquistão, como previsto no artigo 4.º do Tratado de Segurança Coletiva”, anunciou Nikol Pashinyan, primeiro-ministro da Arménia.

O Cazaquistão é, desde 2 de janeiro, palco de protestos em várias cidades, devido ao aumento do preço do gás liquefeito, o principal combustível automóvel utilizado nesta nação da Ásia Central. O preço aumentou de 60 tengues por litro (0,12 euros) para o dobro, 120 tengues (0,24 euros).

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Pelo que é comentado em redes sociais, os motivos para a balbúrdia no Cazaquistão foi restringir acesso de não vacinados ao seu dinheiro, caixas eletrônicos, instituições financeiras, agências bancárias. Em qualquer lugar do mundo a imprensa está alterando os fatos através da mentira.

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