Catarina Martins defende fim dos vistos Gold e criminalização das offshores

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António Pedro Santos / Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) defendeu, este domingo, o fim dos vistos Gold e a criminalização das offshores por considerar que protegem quem rouba milhões, referindo-se em concreto ao caso de João Rendeiro.

“Com as offshores escondem-se milhões e com os vistos Gold os milhões podem comprar uma nova cidadania, uma nova residência longe da justiça. Portugal tem de agir”, disse Catarina Martins, em declarações aos jornalistas no final de uma iniciativa de contacto com a população no mercado mensal do Pinhal Novo, concelho de Palmela.

A líder do Bloco de Esquerda reafirmou a importância da detenção de João Rendeiro, mas considera que o país deve questionar como foi possível o percurso do ex-banqueiro e a forma como o sistema financeiro funcionou.

“Foge com contas offshore, temos de agir. Portugal não pode acabar com as offshores em todo o mundo, mas pode criminalizar as transferências. Tudo o que sabemos é que estava a tentar um visto Gold na África do Sul”, disse.

Catarina Martins considera que Portugal não deve deixar sair os milhões do país, pelo que defende a criminalização das offshores, nem aceitar que quem cometeu um crime de milhões compre o direito a viver num país.

“Têm de acabar porque só servem o crime. Se ficamos chocados com a forma como João Rendeiro fugiu, então temos de acabar com a legislação que premeia este tipo de crime, isto é, criminalizar as transferências offshore e acabar com os vistos Gold. Os vistos Gold, não há boa forma de olhar para eles”, frisou.

“É verdade que crime financeiro e económico é difícil de perseguir, mas leis continuam a proteger os criminosos, permitem que a banca atue com opacidade como tem atuado, permite ter esquemas que só promovem o crime económico. Tudo isso é a lei a ajudar os criminosos em vez de apoiar a polícia e a justiça”, disse.

Eleições abrem novo ciclo para a esquerda se levantar

No sábado, ao discursar na apresentação do cabeça de lista do BE pelo círculo eleitoral de Faro, a coordenadora do BE disse que as legislativas abrem um novo ciclo para a esquerda “se levantar e ter a força” para resgatar os serviços públicos que fazem a democracia.

“O novo ciclo que estas eleições abrem, não é para se discutirem entendimentos entre o PS e o PSD para que fique tudo na mesma, mas sim para a esquerda se levantar e ter a força para resgatar salários, pensões, saúde, educação e justiça”, afirmou.

A líder bloquista defendeu que “estas eleições devem servir um novo ciclo para discutir o país que se quer e construir uma correlação de forças que responda às necessidades” das pessoas e do país.

“Precisamos de um novo ciclo que não se esqueça dos 30 mil alunos que estão sem professor a uma disciplina e desta vergonha de sabermos que o segundo período vai começar com tantas crianças e jovens sem professores”, apontou.

No discurso, Catarina Martins apelou ainda ao voto no BE, por considerar que “só o Bloco pode fazer toda a diferença, num tempo de exigência dos que não desistem de Portugal, que assumem a responsabilidade de responder às crises do nosso tempo e que não se conformam com as desigualdades”.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. É preciso não deixar sair milhões do país e criminalizar quem o faz! Mais uma vez paga o todo pela parte.
    Esse dinheiro deve ser aplicado em ajudas sociais para quem pode, mas não quer trabalhar!
    Este tipo de pensamento vai levar o nosso país longe…
    Já em relação aos professores, são precisos atos… De intenções está o inferno cheio.

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