Catarina Martins está de regresso e é cabeça de lista do BE às europeias

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Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, nos estúdios da SIC

Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda

Catarina Martins está de regresso à esfera política. Vai ser cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) às eleições europeias de junho. “É a candidatura mais forte que a esquerda pode apresentar”, considera Mariana Mortágua.

A antiga coordenadora do BE Catarina Martins foi escolhida pela Mesa Nacional do partido como cabeça de lista para as eleições europeias de 9 de junho.

O anúncio foi feito este sábado pela atual coordenadora bloquista, Mariana Mortágua.

“Catarina Martins representa a candidatura mais forte que a esquerda pode apresentar nas eleições europeias e é por isso que será cabeça de lista do BE nestas eleições”, anunciou Mariana Mortágua, em conferência de imprensa, em Lisboa, após uma reunião da Mesa Nacional, órgão máximo entre convenções.

Questionada sobre o resultado da votação, a coordenadora adiantou apenas que a escolha foi feita por “larguíssima maioria”.

Mariana Mortágua salientou que o BE “não desiste de apresentar um projeto alternativo”, que “defende o Estado social, não abdica da igualdade, do respeito, da democracia, dos direitos laborais, do ambiente”. “Essa afirmação da esquerda em Portugal começa já nas eleições europeias”, salientou.

Catarina Martins para combater a extrema-direita

Mariana Mortágua considerou que Catarina Martins “é uma das dirigentes da esquerda europeia com mais experiência e mais reconhecimento”.

“Conhece este país como ninguém, os seus problemas, as suas crises e dificuldades mas também conhece como poucas o contexto político europeu, o funcionamento das instituições europeias, os diferentes representantes, protagonistas e partidos à escala europeia. É uma pessoa capaz de articular a esquerda e os partidos e os movimentos de esquerda à escala europeia. Já o fez no passado, é capaz de o fazer no futuro”, salientou.

“O que se joga nas europeias é também a luta contra a extrema-direita, a afirmação de um projeto alternativo para a esquerda”, considera Mariana Mortágua, e “não há melhor pessoa para o fazer do que a Catarina Martins”.

Em declarações à SIC Notícias, ao final da tarde de sábado, Catarina Martins garantiu estar com força e determinação, para umas eleições que considera “determinantes para a Europa e para o país”.

“A nossa ideia é que a Europa precisa de se reinventar; precisa de um novo contrato social (…) O BE achou que eu tinha as condições para esse projeto, que dê esperança, que seja capaz de combater as forças conservadoras, a extrema-direita, e que possa dar horizontes que bem precisamos”, disse a bloquista.

Quanto ao crescimento da extrema-direita, não só em Portugal como por toda a Europa, Catarina Martins apontou que falta um “projeto democrático”.

“Esse projeto preciso de impulsos diferentes dos que tem tido, precisa de uma esquerda combativa e capaz de querer essas mudanças. Só assim se combate a extrema-direita”, explicou.

Catarina Martins por Marisa Matias

O BE tem atualmente dois eurodeputados: Marisa Matias, recentemente eleita deputada para a Assembleia da República, pelo círculo eleitoral do Porto, e José Gusmão, que encabeçou a lista do partido por Faro, mas não foi eleito no passado domingo.

No texto da resolução da Mesa Nacional, deste sábado, lê-se que o partido vai aprovar o programa para as eleições europeias no dia 6 de abril.

Depois de uma década à frente do BE, durante a qual levou o partido aos seus melhores resultados, mas também a um dos piores, nas legislativas de 2022, Catarina Martins passou o testemunho a Mariana Mortágua em setembro ano passado, na XIII Convenção Nacional.

Foi eleita deputada pela primeira vez nas legislativas de 2009, então como independente nas listas do BE, tendo sido reeleita nas eleições legislativas seguintes já como militante.

Catarina Martins foi coordenadora do BE entre 2012 e 2023. Nos primeiros dois anos, ocupou este cargo em parceria com João Semedo, numa inédita liderança ‘bicéfala’, modelo abandonado em 2014, na Convenção Nacional seguinte.

ZAP // Lusa

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