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Paços 3-2 Porto | “Castor” épico tomba “dragão” com pés de pau

Surpresa na Capital do Móvel. O campeão nacional FC Porto foi a Paços de Ferreira averbar a segunda derrota nesta Liga NOS, saindo com um resultado desfavorável de 3-2.

Num terreno tradicionalmente difícil – os “dragões” só ganharam uma vez nas últimas cinco visitas aos “castores” -, a formação da casa marcou cedo, chegou ao 2-0 e viu um golo ser anulado, mas os visitantes conseguiram reduzir de penálti antes do intervalo. No segundo tempo, os pacenses ampliaram para 3-1 e o máximo que os forasteiros conseguiram foi reduzir a diferença,. Com este desfecho, caso o Benfica vença segunda-feira no reduto do Boavista, os “azuis-e-brancos ficam a oito pontos da liderança.

O jogo explicado em números

  • Sérgio Conceição procedeu a algumas alterações relativamente ao último jogo, na Liga dos campeões. Evanilson, Marko Grujic e Diogo Leite foram opção de início. Fábio Vieira, Pepe (teste Covid inconclusivo) e Zaidu (castigado), ficaram de fora, com os campeões nacionais a reforçarem a vertente física no “miolo”.
  • Mas o Porto teve um mau arranque. Os “dragões” assumiram o domínio do jogo, mas no segundo remate da partida, aos 11 minutos, os “castores” chegaram ao golo. Bom lance de envolvimento, Jesús Corona entregou mal a bola e o avançado israelita Dor Jan, em estreia a titular no Paços (Douglas Tanque lesionou-se pouco antes do apito inicial), rematou para uma primeira defesa de Marchesín. E na recarga não desperdiçou e fez o 1-0.
  • A resposta do Porto foi imediata, com remates consecutivos de Evanilson e Grujic, mas só o do brasileiro saiu enquadrado. Chegado então o primeiro quarto-de-hora, os portistas registavam 70% de posse de bola, mas o Paços de Ferreira tinha mais um remate (3-2) e mais um com boa direcção (2-1). E aos 23 minutos, Sérgio Oliveira, na marcação de um livre directo em zona frontal, acertou em cheio no poste da baliza contrária.
  • A surpresa mantinha-se à meia-hora, com o Porto a chegar aos 72% de posse, mas a ter muitas dificuldades para entrar na área contrária. Evanilson, sozinho na frente, não dava conta do recado perante a presença de tantos defensores contrários, e quando conseguiu soltar-se desperdiçou uma ocasião flagrante de golo.
  • Do outro lado é que não estavam com cerimónias e, aos 38 minutos, Luther Singh, marcou, mas o árbitro anulou o lance por suposta falta, após consulta do VAR. Só que aos 43 contou mesmo. Passe longo para Hélder Ferreira, o centro e, em zona frontal, Stephen Eustáquio surgiu a rematar de primeira para o 2-0. Ao quinto remate, terceiro enquadrado, os “castores” aumentaram a surpresa.
  • Surpresa essa reduzida no sétimo minuto de compensação do primeiro tempo, por Sérgio Oliveira, na marcação de uma grande penalidade, após o árbitro assinalar mão de Eustáquio na área. Tudo em aberto para a segunda metade.
  • Intervalo Vida muito complicada para o “dragão” na Capital do Móvel. Os campeões nacionais tiveram muita bola, dominaram, mas nunca mostraram criatividade para contornar a organização defensiva contrária. E em lances rápidos de contra-ataque os anfitriões criaram muitas situações de perigo e marcaram por duas vezes, chegando ao descanso com tantos remates quanto os visitantes, mas mais um enquadrado. Eustáquio, com um GoalPoint Rating de 6.7, era o melhor em campo, com um belo golo, dois dribles completos, dois desarmes e outras tantas intercepções, mas um penálti cometido.
  • Para o segundo tempo, Conceição lançou Luis Díaz e Shoya Nakajima, para os lugares de Uribe e Grujic, precisamente para dar a tal criatividade que faltou na etapa inicial. Mas essa opção retirou também capacidade de luta ao “miolo” portista. Resultado, o Paços equilibrou a posse de bola e, aos 59 minutos, marcaram. Moussa Marega colocou mão na bola na área e Bruno Costa, de grande penalidade, ampliou para 3-1.
  • À hora de jogo o cenário era este: 67% de posse de bola para o Porto, quatro remates para os pacenses contra um dos portistas, 73% de eficácia de passe para 71% dos “azuis-e-brancos”, que tinham registado 86% no primeiro tempo. Conceição puxou o “lençol” para cima, e acabou por destapar os “pés”, uma vez que o meio-campo perdeu ligação.
  • Eustáquio, aos 63 minutos, atirou uma “bomba” à barra da baliza portista, e os da casa chegaram mesmo aos sete disparos no segundo tempo, três enquadrados, aos 70 minutos, altura em que o Porto só registava duas tentativas, para fora. Nesta segunda metade os “dragões” atacavam 48% das vezes pelo flanco direito, 36% pelo esquerdo, e quase nada pelo centro, numa tentativa de fugir ao forte meio-campo dos da casa. Mas sem grandes resultados.
  • Só que aos 78 minutos, o momento do jogo. Lance confuso, a bola sobrou para Otávio à entrada da área e este arrancou um tiro forte e muito colocado para o 3-2, ao terceiro remate dos “azuis-e-brancos” desde o intervalo, primeiro na direcção da baliza. Estava relançado o jogo.
  • Mas até final, a melhor ocasião pertenceu a João Pedro que, com um cabeceamento potente, obrigou Marchesín a grande defesa para canto. Estava consomada a segunda derrota dos campeões nacionais em seis jogos, podendo ficar a oito pontos do primeiro lugar, ocupado pelo Benfica.

O melhor em campo GoalPoint

Que grande exibição de Stephen Eustáquio. O médio do Paços está a realizar um arranque de temporada de grande nível e, ante o Porto, deu sequência a um rol de prestações de nível. O luso-canadiano foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.6, fruto de um belo golo, mas também um remate à barra, um passe para finalização, dois dribles completos (100%), quatro desarmes e outras tantas intercepções. Um verdadeiro “todo-o-terreno”, apesar de não ser fisicamente um jogador impositivo.

Jogadores em foco

  • Dor Jan 6.9 – A lesão de Douglas Tanque perto da hora do jogo permitiu ao avançado israelita a primeira titularidade, e não se deu nada mal. O atacante fez o 1-0, a dois tempos, fez três remates, dois deles enquadrados, criou uma ocasião flagrante de golo e somou quatro acções com bola na área portista.
  • Otávio 6.9 – O melhor elemento do Porto em campo. E não foi apenas pelo grande golo que marcou. O brasileiro fez sete passes valiosos (eficazes e a menos de 25 metros da baliza contrária), completou as quatro tentativas de drible (três no último terço) e foi o “dragão” mais esclarecido.
  • Luther Singh 6.4 – Viu um golo anulado, que lhe poderia ter dado outro brilho à exibição. Esteve muito bem no drible, completando três em quatro tentativas, e ajudou defensivamente com três intercepções.
  • Bruno Costa 6.4 – O médio marcou à sua antiga equipa, de grande penalidade, e realizou uma boa exibição. Fez dois remates, ambos enquadrados, dois passes para finalização e somou seis recuperações de posse.
  • Sérgio Oliveira 6.1 – Menos exuberante que em outros encontros, o médio acabou por ter uma participação positiva no jogo, com um golo marcado, de grande penalidade, e um remate ao ferro, na marcação de um livre directo. Destaque ainda para três passes valiosos e quatro desarmes, mas foi driblado três vezes.
  • Marchesín 6.0 – O guardião argentino evitou outros números, mostrando-se sempre muito atento. Terminou com quatro defesas, três a remates na sua grande área, duas a disparos a menos de oito metros de distância.

GoalPoint

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