O estádio do Valência foi interditado parcialmente durante cinco jogos depois dos insultos racistas a Vinícius Júnior, jogador do Real Madrid, durante o jogo do passado domingo. A Federação Espanhola de Futebol também retirou o cartão vermelho mostrado ao internacional brasileiro.
O encerramento parcial decretado pelo Comité de Competição da Federação Espanhola de Futebol (RFEF na sigla original) afecta a chamada “Grada Kempes” do Estádio Mestalla.
Mas a decisão mais surpreendente prende-se com a retirada do cartão vermelho atribuído pelo árbitro a Vinicíus Júnior. O jogador do Real Madrid foi expulso depois de uma confusão que se iniciou com os seus protestos contra os adeptos que o insultavam, com gestos e palavras racistas.
“Não se esperava” a decisão tomada quanto à expulsão de Vinicius Júnior, constata o desportivo espanhol Marca, salientando que se acreditava que seria sancionado com dois jogos de castigo tendo em conta meramente “critérios desportivos”.
Mas o Comité da RFEF resolveu “alhear-se desses critérios desportivos” e avaliou o caso considerando que o árbitro decidiu com imagens “enviesadas”, uma vez que o VAR não mostrou tudo o que aconteceu antes da expulsão, aponta ainda o jornal.
“Pode-se até falar em prevaricação e se o Real Madrid tivesse ido à justiça comum, a razão estaria do lado deles”, adianta a Marca.
Retirada do vermelho a Vinícius Júnior abre precedente
Em causa estão os incidentes entre Vinícius Júnior e Hugo Duro, jogador do Valência, que se envolveram num confronto físico.
O Real Madrid alegou que as imagens do VAR apresentadas ao árbitro “convertem o agredido em agressor”, argumentando, assim, que foi uma “expulsão injusta”.
O Comité baseou-se no relatório do árbitro que denunciou os insultos racistas e nas “provas videográficas” apresentadas pelo Real Madrid para concluir que “a apreciação do árbitro foi determinada pela omissão da totalidade do lance ocorrido, o que viciou” a sua decisão, como cita o El Mundo.
A decisão abre, agora, um precedente para que os jogadores sancionados com cartões vermelhos passem a “encontrar justificações” para situações em que se envolvam “em agressões físicas, ou verbais”, salienta ainda o El Mundo.
Valência expulsou adeptos que tiveram comportamentos racistas para sempre
O Valência também foi sancionado numa multa de 45 mil euros e o clube promete recorrer da interdição do estádio “até às últimas instâncias”.
Num comunicado, o clube valenciano nota o seu “total desacordo e indignação pela sanção injusta e desproporcionada“, alegando que a RFEF refere “provas que contradizem o que diz a Polícia Nacional e a Liga”.
O Valência acrescenta que “aplicou a máxima sanção possível, com a expulsão para sempre” do Estádio Mestalla, dos “adeptos que a polícia identificou pelos seus comportamentos racistas”.
Por isso, o clube entende que “penalizar e privar de poder ver a sua equipa todos os adeptos que não estiveram implicados nestes incidentes lamentáveis é uma medida totalmente desproporcionada, injusta e sem precedentes”.
“A luta contra o racismo” exige “o compromisso real de todas as partes implicadas”, mas não deve ser utilizada “como pretexto para incorrer em injustiças graves” , conclui o Valência.
A ver se entendo, tanto o Real Madrid como o Valência, têm nas suas fileiras jogadores negros. Embora como se viu os insultos racistas fossem dirigidos a um jogador do Real Madrid em especial, Vinícios Jr., os autores dos insultos devem ser mesmo estúpidos ou atrasados mentais. Se este jogador é macaco, os outros são o quê?