O primeiro-ministro autorizou o Ministério Público a aceder a documentos que estavam em segredo de Estado no âmbito do processo da EDP que investiga Manuel Pinho. Estão em causa documentos relacionados com negócios efectuados pela eléctrica, nomeadamente a venda à China Three Gorges.
A decisão de António Costa surge no âmbito do pedido dos procuradores Carlos Casimiro e Hugo Neto que são os responsáveis pelo caso caso EDP no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), como reporta o Correio da Manhã.
Este processo envolve suspeitas de que o ex-ministro Manuel Pinho beneficiou a EDP e o Grupo Espírito Santo (GES) entre 2005 e 2009, enquanto ocupou o cargo no Governo socialista.
De acordo com as alegações do Ministério Público (MP), Pinho terá recebido mais de 1,2 milhões de euros do GES que era, na altura, o principal accionista da EDP. Estarão em causa alegadas “luvas” por supostos benefícios concedidos pelo antigo governante à companhia eléctrica.
Os investigadores do caso poderão agora consultar documentos que estavam em segredo de Estado, após a decisão de António Costa.
Entre os documentos que passam a poder ser acedidos pelo MP estão contratos no âmbito da venda de 23,27% da EDP à China Three Gorges, bem como emails trocados entre os Estados português e chinês no decurso das negociações.
São milhares de documentos que serão passados a pente fino pelos investigadores do caso.