Cartéis mexicanos ganharam cerca de 40 mil milhões de euros em apenas 2 anos

Mario Guzman / EPA

Andres Manuel Lopez Obrador, Presidente eleito do México

Os grupos criminosos do México ganharam cerca de mil milhões de pesos (perto de 40 mil milhões de euros), entre 2016 e 2018, revelou na segunda-feira a Unidade de Inteligência Financeira (UIF) do Governo mexicano.

Durante a presidência de Andrés Manuel López Obrador, que lidera o país desde 2018, o Governo já bloqueou 25.337 contas bancárias a 3.627 pessoas, num total de 5.678 milhões de pesos (cerca de 225 milhões de euros) e de 293 milhões de euros, destacou o responsável pela UIF, Santiago Nieto.

“Os fluxos financeiros ilícitos aumentaram. O México está a trabalhar numa metodologia para medir o volume de proveitos ilícitos que são gerados com uma grande exatidão”, acrescentou Nieto durante a apresentação da Estratégia Nacional de Risco, citado pela agência Efe.

Santiago Nieto acrescentou que o Governo regista 19 organizações criminosas, duas delas com alcance internacional: o cartel do Pacífico e o cartel Jalisco Nueva Generación, o último considerado um dos mais poderosos do mundo.

Estes grupos criminosos diversificaram a sua atividade para além do tráfico de droga, explicou, dedicando-se também a extorsões, sequestros, roubo de combustíveis fósseis, tráfico ilegal de espécies ou tráfico de pessoas, entre outros.

O responsável da UIF lamentou ainda que no anterior mandato, entre 2012 e 2018, tenham crescido organizações de caráter regional na Cidade do México, Michoacán, Tamaulipas e Guerrero.

“O problema mais relevante da criminalidade organizada são os grupos criminosos e, por isso, o combate deve ser feito através de um mecanismo de cinco eixos“, considerou.

Esses eixos passam pelo combate aos criminosos, às suas estruturas financeiras, à erradicação da corrupção política, a eliminação da corrupção judicial que os liberta e o combate à base de apoio por cidadãos, através de programas de inclusão.

Santiago Nieto destacou ainda que o México ocupa agora o 130.º lugar entre 180 países no Índice de Perceções de Corrupção, um ranking anualmente publicado pela Transparency Internacional, sendo oito lugares acima daquele registado em governações anteriores.

O presidente da Comissão Nacional de Bancos e Valores Mobiliários, Juan Pablo Graf, e o chefe da Unidade de Bancos, Valores Mobiliários e Poupança, Jorge Meléndez, também participaram na apresentação da Estratégia Nacional de Risco.

O responsável pela CNBV sublinhou a importância da diminuição do uso do dinheiro físico no combate ao branqueamento de capitais ou em transações ilícitas, assinalando que a percentagem de adultos com contas em bancos cresceu para 47% em 2018, face aos 36% em 2012.

ZAP // Lusa

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