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“Temos que dizer a verdade: um carro chinês é 7 mil euros mais barato”

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Renault

Director da Renault escreve carta aos principais líderes europeus. Mais rápido, mais barato, vantagem para o consumidor.

Luca de Meo volta a não hesitar. Nem nas críticas, ou avisos, nem na frontalidade.

O director-executivo da Renault escreveu uma carta aos principais líderes (e cidadãos) europeus, onde apresenta as principais diferenças: a Europa foca-se em “regulamentar massivamente”, os EUA “estimulam”, a China “planeia”.

De Meo reforça a necessidade de criar e proteger um ecossistema de mobilidade com baixas emissões de carbono.

Isto numa fase em que a China está a subir degraus no sector automóvel. Os carros chineses são mais baratos e demoram menos tempo a ser fabricados.

A diferença para o consumidor chega aos 7 mil euros, avisou: “Um automóvel do segmento C ‘made in China’ tem uma vantagem de custo de 6 a 7 mil euros (cerca de 25% do preço total) relativamente a um modelo europeu equivalente. O tempo de ciclo de desenvolvimento é de 1,5 a 2 anos na China e de 3 a 5 anos na Europa”.

Assim, a China domina na exportação de carros eléctricos, com 35% da quota de mercado no ano passado.

Além da escalada chinesa, há outras prioridades: escassez de matérias-primas, emprego, quadro regulatório e transição energética.

Porque está em causa a “saúde” do motor económico europeu e mais de 13 milhões de postos de trabalho.

O responsável da marca francesa vai mais longe: “O modo de vida europeu está em risco”.

Temos de dizer ‘a verdade’, não apenas a nossa verdade aos europeus. A minha carta assenta numa base factual sólida, a fim de apresentar recomendações concretas baseadas numa visão clara da situação actual”, lê-se.

Para haver “uma verdadeira política industrial europeia, competitiva e descarbonizada”, e uma “Liga dos Campeões industriais”, a carta apresenta sete recomendações.

São elas: definir uma estratégia industrial europeia, reunir à volta da mesa todas as partes interessadas nessa estratégia, acabar com o atual sistema de empilhamento de normas, abordagem horizontal e não apenas vertical, reconstruir capacidades de aprovisionamento em matérias-primas, inventar um modelo híbrido e repensam as condições do “Pacto Ecológico”.

Luca de Meo também sugere projectos europeus que vão para lá do sector automóvel: promover os veículos europeus compactos, revolucionar a entrega de “último quilómetro”, desenvolver as infraestruturas de carregamento e aumentar a competitividade da Europa nos semicondutores.

ZAP //

3 Comments

  1. Incompetência e leviandade crescentes é o que temos tido na governança política da Europa. Já para não se falar de ganância e corrupção. Factores que impulsionam disparos aparentemente inovadores para a frente para, logo a seguir, e enquanto os asiáticos e os americanos pegam nas ideias e avançam com elas a sério, os políticos europeus passam a ziguezaguear, criando dificuldades e tentando vender facilidades. Enfim, imbecis! Imbecis, incompetentes, levianos e… criminosos!…

  2. A Europe – “esta” Europa – não eiste….

    É um bando de incompetentes politicamente inertes che estimulam os nacionalismos em vez de pensar em unir de verdade os países europeus.

    Tomemos como modelo o sistema USA – estados independentes, mas política externa, económica e de defesa ÚNICA.

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  3. Perfeitamente de acordo. Só que não se avançam ideias sobre o futuro nos programas dos partidos nem os politicos a elas se referem.

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