Empresa francesa pede autorização aos reguladores da União Europeia para poder vender o seu foie gras cultivado.
Pela primeira vez, foi apresentado um pedido de venda de carne cultivada na União Europeia (UE).
A carne cultivada parece igual à carne que já comemos, mas é produzida em cultivadores (semelhantes aos fermentadores utilizados para fazer cerveja), em vez de resultar da criação de animais.
São recolhidas células de animais que normalmente produzem carne; e são utilizadas para fazer crescer a carne fora do animal. O animal não entra directamente no processo.
Segundo um estudo, a carne cultivada pode gerar até 92% menos emissões de gases com efeito de estufa e até 94% menos poluição atmosférica, e pode utilizar até 66% menos água do que a carne convencional.
Exigindo até menos 90% de terra, a carne cultivada poderia complementar a agricultura sustentável, abrindo espaço para abordagens mais respeitadoras para com a natureza e aumentando a segurança alimentar na Europa ao reduzir a dependência de culturas cultivadas no estrangeiro para alimentar os animais.
Esta carne pode também ser produzida sem antibióticos, ajudando a reduzir o risco de resistência antimicrobiana.
A Gourmey tornou-se na primeira empresa a apresentar um pedido de autorização aos reguladores da UE para vender carne cultivada, lê-se em comunicado enviado ao ZAP.
A empresa francesa pretende começar a vender o seu foie gras em países comunitários, além dos pedidos que fez em Singapura, na Suíça, no Reino Unido e nos EUA.
O processo ainda vai demorar. No mínimo, meio ano. Vai incluir uma avaliação exaustiva e baseada em evidências relativas à segurança e ao valor nutricional da carne cultivada.
Se os reguladores aprovarem, a venda poderá ser feita nos 27 países da União Europeia.