“É cara, suja e pouco segura” e os lisboetas “não cuidam da aparência”. Nómadas digitais estão a sair de Lisboa

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Lisboa ainda é um dos principais destinos do mundo para os nómadas digitais, mas há cada vez mais estrangeiros desiludidos com a cidade.

Até há relativamente pouco tempo, Lisboa era a cidade da moda para os nómadas digitais assentarem as suas raízes e trabalharem remotamente. Mas nos últimos tempos, os trabalhadores remotos estão a manifestar algum descontentamento com a capital portuguesa e a optar por sair da cidade.

Se o clima, a gastronomia e o custo de vida barato (para os estrangeiros) eram fatores que convenceram muitos nómadas digitais a vir para Lisboa, a subida dos preços, a invasão dos turistas e a falta de simpatia dos lisboetas estão agora a ser apontadas como razões para as suas saídas.

Lisboa ainda está no 2.º lugar do site Nomadlist, onde os nómadas digitais trocam conselhos e recomendações sobre a qualidade de vida de cada cidade e cujo ranking é atualizado minuto a minuto, mas já chegou a cair para o 13.º lugar e as críticas estão agora a encher-se de pessoas a apontar os defeitos da capital.

Um dos comentários enumera a internet rápida, a boa comida e os monumentos interessantes para visitar como pontos positivos, mas também é duro nas críticas — “há roubos nos transportes públicos e traficantes de droga a vender nas ruas; é muito cara e com apartamentos caros e velhos; as ruas estão sujas com papéis, cocó de cão e garrafas de cerveja; muito trânsito; os portugueses não cuidam da aparência e parecem tristes”.

Outro utilizador aponta 30 razões pelas quais decidiu sair de Lisboa, apontando vários impostos altos, problemas com cães vadios, muito consumo de álcool e tabaco, abusos a idosos, vários riscos de segurança, como carteiristas e burlas, e a burocracia “complexa e demorada”. “Se tiver um rendimento abaixo de 5000 por mês, preocupe-se, eu ganho 4000 euros e passei fome“, aponta ainda.

Há também quem aponte que a cidade perdeu a sua “alma”: “Se caminhar no centro, vai encontrar 0 pessoas portuguesas. Quase todas as pessoas são visitantes estrangeiros, não se sente a pulsação a cidade, não tem alma. É tudo feito para os turistas. Tornou-se inabitável para os locais porque os portugueses vivem com salários mínimos de 700 euros”.

“Lisboa é muito cara e a atmosfera geral foi muito decepcionante. A maioria das casas é de má qualidade, especialmente em termos de isolamento. É difícil dormir à noite quando se está no centro, pode-se ouvir tudo da rua. Outra coisa a mencionar é que os locais parecem odiar os estrangeiros, eles acham que somos os culpados pela crise imobiliária, então cuidado”, aconselha outro comentador.

Outro nómada critica a “quantidade louca de carros estacionados a encher todas as ruas” e a falta de mulheres e perspetivas de namoro e considera que os portugueses são “bastante miseráveis e deprimidos” e que a nossa gastronomia é “básica, sem sabor e uma das piores do mundo”.

Há ainda quem diga mea culpa pela realidade lisboeta. “O sonho acabou. Está na hora de fazer as malas e ir para outro sítio. Não culpo os locais por quererem dinheiro dos nómadas, considerando que eles ajudaram a arruinar a economia local e criar este monstro”, refere.

“É um pesadelo agora. Nós nómadas torná-mo-la um terror vivo. Era uma cidade pitoresca, agora é inabitável“.

Adriana Peixoto, ZAP //

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15 Comments

  1. Uma situação provocada pelas más políticas intencionais praticadas pelos Governos do ex-Primeiro-Ministro, Pedro Coelho, e do Sr.º Primeiro-Ministro, António Costa, e da chamada “lei das rendas” elaborada pela ex-Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, Maria Graça, assim como do “alojamento local” em que imóveis construídos para habitação são colocados para alojamento temporário, turístico, local, ou de curta duração, o que é proibido por Lei.
    Esta situação a que se referem os Estrangeiros citados na notícia não é só em Lisboa, mas também na Cidade do Porto e todo o País, com os Portugueses a serem submetidos ao desemprego, pobreza, miséria, fome, enquanto Portugal está na mão de criminosos e é destruído a nível económico e social pelos liberais/maçonaria (PS, CDS, L, CH, PCP, IL, BE, PAN, PSD).

  2. Abram os olhos lisboetas, e em geral portugueses que vivem em regiões turísticas. Fazem-vos meia dúzia de elogios, e pensam que são os melhores, e que a coisa está garantida. Percebam o que está mal, e o que pode ainda piorar. Tomem precauções, melhorem a oferta e a qualidade do nosso turismo, porque da mesma forma que esta gente vem, também pode ir, e rápido, porque a concorrência é feroz. E lembrem-se, é sempre melhor ganhar menos com juízo, segurança e qualidade, que NADA, com o desleixo, má vontade e aldrabice que é aqui referido pelos “nómadas”.

  3. O nómada que diz que a nossa gastronomia é “básica, sem sabor e uma das piores do mundo”, é porque não experimentou a nossa gastronomia.

  4. Era de esperar esta notícia. O país está a transformar-se rápidamente na pocilga da Europa, por variadíssimas razões. Querem transformar Portugal na mama de meia dúzia de pulhas, levando grande parte da população á pobreza e até á miséria. Continuem a dar muitos beijinhos aos que vos estão a lixar ( versão soft) e quando estiverem a viver debaixo da ponte gritem que não tiveram sorte na vida. VIVA PORTUGAL DOS POLÍTICOS INCOMPETENTES, LADRÕES E VIGARISTAS!!!!!!!!!!!

  5. Viver em Lisboa não tem interesse quase nenhum, em comparação com outras zonas do país. Vivi em várias outras cidades, além de 2 zonas em Lisboa, e não entendo o fascínio.
    O que Lisboa tem de bom é cada vez menos. Mas de mau, cresce galopante, com a invasão de estrangeiros trazidos pelas máfias.

  6. É óbvio que dada a qualidade dos nossos politicos a galinha dos ovos de ouro irá morrer. Em pouco tempo a ânsia de sugar com impostos, taxas e taxinhas, a subjugação aos grandes grupos económicos irá originar o fim da moda turística por Lisboa e provavelmente Portugal e a vida dos Lisboetas não irá melhorar, bem pelo contrario.

  7. Ainda bem que a acham cara. Pode ser que venham em menor número mamar cerveja barata, andar de trotinete (maldita praga!) a toda a brida pelos passeios fora como loucos varridos, conspurcar o Bairro Alto e outras zonas com os vestígios das bebedeiras . A CML nas últimas décadas gasta mais água a lavar o Bairro Alto de manhã do que no resto da cidade inteira. Se há traficantes de droga nas ruas, é porque vendem. Se ninguém comprasse droga venderiam outra mercadoria qualquer. Ninguém vende o que não se compra. Sim, os lisboetas perderam a simpatia. Essa foi-se com o AL, airbnb, com o serem empurrados cada vez para mais longe da cidade onde os preços das casas são estratosféricos, com turistas malcriados que insistem em colocar malas de viagem nos assentos do metro e autocarro, que ocupam as escadas rolantes e nem para a esquerda nem para a direita e apesar de alegadamente não nos arranjarmos por aí além, pelo menos temos cara de quem toma banho , o que a avaliar pelo que tenho visto e cheirado não é prática corrente em muitos turistas.

  8. Essa ideia que as pessoas têm de morar no centro da cidade tem muito que se lhe diga. Há 20 ninguém morava no centro de Lisboa ou Porto!!! A discussão na altura era precisamente como revitalizar os centros urbanos, onde invariavelmente caíam prédios devolutos. Foi o turismo que permitiu a recuperação dos centros urbanos. Dizer o contrário é desconhecer a história recente das nossas cidades. E não se esqueça que, muitas famílias moravam e moram, em Almada, Seixal, Barreiro, Montijo, Sintra, Loures, Torres Vedras, etc. Sim, também muitos deles quereriam morar no centro de Lisboa. Os jovens querem tudo e sem esforço. Esse é que é o nosso drama. Há um grupo de pessoas que se acha no direito de exigir habitação nas melhores zonas das cidades a preços insignificantes. E fazer esforços?! É que a geração dos nossos pais fazia-os. Como diz o outro, vão mas é trabalhar.

  9. Ainda bem que já foram embora, mas pelos vistos não todos. Assim ficam mais casas vazias e eles vão mamar nos árabes, que os podem sustentar melhor do que nós!

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