Estudante de 17 anos iniciou segunda ronda de quimioterapia mas está confiante: “Vou continuar a aproveitar a minha vida ao máximo”.
Quase a completar 18 anos, Grace Callaghan não estaria à espera de ter a rotina que tem. Mas um cancro raro mudou a vida da jovem estudante de Glasgow.
Estávamos em Dezembro de 2020 quando, então com 15 anos, a escocesa reparou que tinha um inchaço na barriga, na zona do estômago. Ignorou.
Mas o tempo foi passando e os sintomas acumularam-se: a adolescente começou a sentir dores no peito e nas costelas.
Aí não teve dúvidas: precisava de ir a uma consulta médica para perceber o que tinha.
No hospital, o choque: tinha um tumor.
Os exames revelaram que tinha neuroblastoma: é um tumor derivado das células da crista neural que pode surgir em qualquer parte do sistema nervoso simpático periférico.
O neuroblastoma é o cancro mais comum em bebés, o terceiro mais comum em crianças – mas raro em adolescentes ou adultos.
A notícia foi dada em Maio de 2021, duas semanas depois de ter completado apenas 16 anos.
“Quando descobri que tinha cancro, foi uma loucura. Não sabia o que fazer comigo mesma, não parecia real”, desabafou no jornal Daily Record.
Iniciou logo o tratamento, com quimioterapia, transplante de células estaminais e duas operações.
Já neste ano, em Fevereiro, outra má notícia: o tumor cresceu novamente, apesar do tratamento intensivo. Estão a decorrer mais sessões de quimioterapia e haverá novidades em Junho.
Mesmo assim, Grace, que segundo a própria sempre foi muito activa e nunca ficava em casa, não desistiu nem vai desistir.
“Já durante o tratamento continuei a fazer muitas coisas: ir a jogos de futebol e a concertos. Só pensava: nunca sabes o que vai acontecer amanhã. Por isso, recusei entrar em colapso e nunca deixei que isso me parasse”.
O tratamento trouxe algumas complicações de saúde, como o bloqueio do intestino durante uma operação de 12 horas para remover o tumor, há um ano. Novas intervenções foram necessárias.
A imunoterapia teve que ser interrompida quando Grace começou a sofrer convulsões em Dezembro de 2022.
Agora, é esperar. Se a quimioterapia não resultar, vai procurar tratamento complementar num hospital especializado em Inglaterra – ou colocará a hipótese de ingressar num ensaio clínico.
Mesmo com este contexto complicado, Grace Callaghan não se esquece dos objectivos normais de uma jovem com 17 anos: continua a estudar, vai fazer os exames para entrar na universidade e quer ser enfermeira.
“Toda a situação tem sido difícil, mas apenas encarei tudo com calma, porque não há mais nada que possas fazer, no fim de contas. Tento manter-me positiva e superar isto, simplesmente”.