Uma equipa de investigadores da Universidade Brown, em Rhode Island, nos Estados Unidos, analisaram a forma de nadar dos camarões (e dos robôs inspirados nestes animais) para determinar se é vantajoso terem pêlos ou não.
Para nadar, os camarões usam uma técnica de natação conhecida por natação metacronal.
Os animais batem nos seus apêndices na sequência certa para criar uma onda que viaja da causa até à cabeça, num movimento que gera forças de arrato que os impulsionam para a frente dentro de água.
No nosso caso, a pilosidade torna a natação mais difícil, dado que aumenta o arrasto. No entanto, muitos camarões são cobertos por estruturas finas semelhantes a pêlos chamadas cerdas – e filamentos ainda mais pequenos chamados sétulas – que os ajudar a acelerar.
Para determinar se esta pilosidade facilita a natação metacronal, os investigadores da universidade norte-americana prenderam uma perna de um camarão dissecado a uma junta mecânica, mergulharam-na em água e filmaram como interagia com um jato de fluido tingido.
Segundo a New Scientist, as gravações do fenómeno mostraram que, sob certas condições, muito pouco líquido passava pelas cerdas e que o apêndice se movia como uma pá eficiente.
Em laboratório, a equipa construiu vários apêndices robóticos, alguns com cerdas e sétulas artificiais e outros sem nenhuma. Depois, moveram-nos através de um fluido cheio de minúsculas partículas reflexivas e as gravações mostraram como os vórtices se formavam e se moviam em torno de cada perna robótica.
Com base na análise deste movimento de vórtice, a equipa concluiu que os apêndices mais “peludos” sofreram menos stress nas articulações do que os totalmente lisos, o que significa que ter pêlos pode mesmo facilitar a natação destes animais.
As descobertas foram apresentadas na Reunião Anual da Divisão de Dinâmica de Fluidos da American Physical Society, no dia 19 de dezembro.