País africano chora a tragédia relacionada com um incêndio, enquanto prepara festa desportiva. Amnistia Internacional deixou um alerta.
Camarões não é propriamente um país que apareça frequentemente nas notícias em Portugal. Aqui no ZAP, por exemplo, a última referência foi escrita ainda em 2019, por causa de deslizamentos de terra e de inundações. Mas, no início desta semana, quem escrever “Camarões” na secção de notícias do Google, verá vários e distintos assuntos em destaque.
Há uma tragédia a colocar novamente o país africano nas notícias em diversos países. Na capital Yaoundé um incêndio numa discoteca provocou a morte de 16 pessoas, durante a madrugada de domingo. O Governo local anunciou também a existência de oito feridos graves.
O incêndio acidental teve origem em fogo-de-artifício, numa discoteca no bairro Bastos, zona de mansões, embaixadas e residências de diplomatas.
Adversário sem guarda-redes
Esta tragédia surge na fase em que os Camarões acolhem a Taça das Nações Africanas – competição que também aparece nas notícias, mas por outro motivo.
Nesta segunda-feira, segundo dia de oitavos-de-final, a selecção da casa (liderada pelo português António Conceição) vai defrontar Comores, equipa que em princípio não deverá apresentar qualquer guarda-redes neste jogo.
Um surto de COVID-19 atingiu a selecção de Comores. Ficaram infectados 12 elementos e, nessa lista, estão dois guarda-redes: Moyadh Ousseini e Ali Ahamada. O outro guarda-redes convocado para o torneio, Salim Ben Boina, está lesionado.
Denúncia da AI
Noutro contexto, a Amnistia Internacional indicou que mais de 100 pessoas continuam presas nos Camarões apenas por “exercerem o direito à liberdade de expressão e reunião”.
O comunicado explica que todas as detenções ocorreram nas regiões de língua inglesa naquele país africano.
A contabilidade regista as detenções dos últimos cinco anos e mais de 1.000 pessoas anglófonas foram detidas durante esse período, em 10 estabelecimentos prisionais locais.
Os detidos são jornalistas, defensores dos direitos humanos, activistas e apoiantes da oposição. E alguns já foram “torturados”.