Descoberto o “calcanhar de Aquiles” da inflamação (que pode revolucionar a medicina)

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Uma nova pesquisa descobriu que os neutrófilos podem induzir macrófagos anti-inflamatórios dentro dos granulomas, o que nos pode ajudar a desenvolver medicamentos mais eficazes contra o cancro.

Um novo estudo publicado na iScience descobriu que os neutrófilos, um tipo de leucócito, pode induzir macrófagos anti-inflamatórios (M2) dentro de granulomas, que são estruturas globulares densas que se formam durante a inflamação crónica.

Quando sofremos uma infeção, o nosso corpo desencadeia várias respostas imunológicas, começando com a libertação de granulócitos — glóbulos brancos com enzimas especiais

Os investigadores descobriram que esta polarização dos macrófagos M2 pode ajudar a regular a inflamação e promove a saúde dos tecidos. A equipa acredita ainda que esta descoberta pode ser aplicada ao desenvolvimento dos tumores e pode ajudar no desenvolvimento de medicamentos mais eficazes contra o cancro.

Os neutrófilos também são granulócitos que combatem bactérias e fungos invasores. No entanto, há circunstâncias em que uma abordagem equilibrada e menos agressiva vai ainda mais longe na cura, escreve o SciTech Daily.

Em estudos anteriores, concluiu-se que os macrófagos de inflamação crónica têm o potencial de polarizar-se em duas versões opostas: pró-inflamatória (M1) ou anti-inflamatória (M2). Estas duas versões coexistem num equilíbrio M1-M2 que regula a gravidade da inflamação e a saúde dos tecidos.

A polarização descreve como M2 pode reverter para M1 ou mesmo M0 — o estado não inflamatório ou estacionário — na zona profunda do granuloma, onde se forma um microambiente permissivo às bactérias. A equipa examinou as estruturas globulares densas dos granulomas em animais, principalmente nos pulmões.

“Os micróbios e células cancerígenas podem manipular este microambiente permissivo para favorecer a sua sobrevivência”, explica o autor principal do estudo, Tatsuaki Mizutani.

Os distúrbios relacionados com o granuloma humano, como a tuberculose, são comuns nas doenças inflamatórias crónicas. Mizutani afirma que os resultados que a equipa obteve com a tuberculose também podem ser aplicados a tumores.

“A nossa compreensão de como um microambiente permissivo em tumores é formado pode ser aplicada ao desenvolvimento eficaz de medicamentos contra o cancro”, reflete Mizutani.

ZAP //

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