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CGD aumentou lucros em 57%. “Contas permitem devolver dinheiro aos contribuintes”

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Manuel de Almeida / Lusa

Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou um lucro de 776 milhões de euros em 2019, um aumento de 57% face aos 496 milhões de euros registados em 2018.

De acordo com um comunicado divulgado pelo banco público a 31 de janeiro, a CGD teve um resultado corrente 632 milhões de euros, sem a venda dos bancos de Espanha e da África do Sul. Em termos de rentabilidade, o banco atingiu um rácio ROE ‘return on equity’ (rentabilidade de capitais) de 8,1%, destacou o presidente do banco, Paulo Macedo.

Para a CGD, são os maiores lucros desde 2007, ano em que o banco apresentou um resultado líquido positivo de 856,3 milhões de euros.

“Conseguimos ter contas que permitem continuar a devolver dinheiro aos contribuintes portugueses e a gerar valor e, por outro lado, também conseguimos ter contas que vão ao encontro dos compromissos que o Estado português assumiu”, salientou Paulo Macedo em conferência de imprensa na sede do banco, em Lisboa.

O presidente executivo do banco público destacou ainda os resultados internacionais, que “têm tido uma performance consistente, em geografias difíceis, com um desafio muito grande em termos de crescimento da economia, de risco, de melhoria de práticas”.

O gestor falou ainda do “crescimento do resultado core [principal], mesmo com a margem financeira a decrescer, como é normal e todos sabem”. “O resultado core sobe, e o que nós temos é uma margem financeira que desce, um valor de comissões que sobe, um produto bancário, no seu todo, que é, nestas duas componentes, menor, mas que é compensado com a redução de custos que a Caixa fez”, destacou Paulo Macedo.

O presidente do banco disse que o corte de custos é “um trabalho extremamente exigente” e “indispensável”. “Nunca os contribuintes portugueses nos desculpariam se nós só estivéssemos a fazer outras coisas que não fossem procurar uma melhor eficiência e, obviamente, um contributo maior para os nossos serviços não serem tão onerosos”.

Paulo Macedo salientou ainda “uma melhor eficiência que está espelhada, porque com menos recursos” o banco público está a “gerar mais negócio” e “com um melhor serviço”.

300 milhões para o Estado

A Caixa Geral de Depósitos estima entregar este ano ao Estado cerca de 300 milhões de euros em dividendos relativos às contas de 2019, acima dos 200 milhões relativos a 2018.

Na mesma conferência de imprensa, Paulo Macedo disse que, caso a percentagem de dividendos a atribuir ao acionista único da CGD, o Estado, seja idêntica à de 2018, “será um valor de cerca de 300 milhões [de euros]”.

Na proposta de lei do Orçamento do Estado para 2020, o Governo tinha previsto um total de 705 milhões de euros de dividendos a receber da CGD e do Banco de Portugal em 2020 (relativos aos resultados de 2019), dos quais 237 milhões dizem respeito à Caixa.

“Com estes 300 milhões, a somar com os outros 200 [entregues em 2019, relativos a 2018], devolvemos ao Estado 500 milhões de euros dos 2.500 milhões que foram postos, em dinheiro, na Caixa”, disse hoje Paulo Macedo aos jornalistas.

O gestor salientou que atualmente “a única diferença é que antes os dividendos só poderiam ser pagos se o BCE [Banco Central Europeu] autorizasse, e agora os dividendos podem ser pagos desde que apenas valide”.

“É bastante diferente em termos de atitude perante os dividendos”, destacou o presidente da CGD, que referiu também que o remanescente do processo de entrega do valor depende “do acionista [Estado]”, “da análise” que o banco fizer e ainda das “contribuições para as reservas legais” que têm de ser pagas.

Paulo Macedo manifestou também o desejo de “devolver os outros 500 milhões de dívida subordinada do AT1 [emissão de ‘additional tier 1’, um tipo de capital] que a Caixa teve de contrair a uma taxa de 10,75%”.

“Não porque possamos antecipar isto, mas porque podemos dizer que hoje temos uma maior certeza dessa devolução de capitalização, que como sabem não têm nada a ver com os contribuintes, mas não deixou de ser parte da capitalização”, referiu.

ZAP // Lusa

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