Um parque temático de burros no México serve de santuário a estes animais que estão aos poucos a desaparecer no país. “O burro ajudou o homem por muito tempo. É hora de retribuirmos o favor”, diz o dono do parque.
Outrora, os burros eram um animal comummente encontrado nas ruas do México, sendo muitas vezes o meio de transporte dos mais pobres. Agora, os avanços tecnológicos, a urbanização e o aumento da procura por pele de burro na China está a levar ao desaparecimento dos burros no México.
A ajuda pode estar a caminho. Um parque temático de burros nos arredores da Cidade do México está a tentar trazê-los de volta, conta a VICE.
“Nos anos 90, havia uma população de cerca de 1,5 milhões de espécimes, mas hoje estima-se que existam cerca de 300.000“, disse Raul Flores, administrador do parque temático e santuário de burros, Burrolandia, citando dados da Instituto Nacional de Geografia e Estatística do México.
Embora a população de burros esteja em queda em praticamente todos os cantos do mundo, nem em todo o lado é tão significativo como no México. Lá, o burro é visto como um símbolo do país.
Há pouco mais de uma década, a procura por burros atingiu valores tão baixos, que era possível comprar um burro por cerca de 15 euros. Agora, devido à queda de população deste animal, um burro pode custar mais de 300 euros no México.
Burrolandia é uma das várias iniciativas no México que tentam preservar o lugar do burro na cultura do país.
A família de Raul fundou o santuário em 2006 em Otumba. Nos últimos séculos, esta pequena cidade tinha um dos mais importantes mercados de burros no país. Hoje, Otumba tem a Burrolandia e um festival anual de burros, que atrai cerca de cem mil visitantes todos os anos.
O santuário presta homenagem ao animal todos os dias, além de apresentar obras de arte folclórica e todo tipo de kitsch — um estilo estético associado a estereótipos sociais e culturais e a um tipo de sensibilidade que se adequa ao gosto maioritário da população não erudita.
A principal atração é obviamente os 61 burros que foram resgatados do matadouro, de maus-tratos ou, no caso de alguns, ali nascidos.
“O burro ajudou o homem por muito tempo. É hora de retribuirmos o favor”, atirou Flores.
Ainda bem que alguém faz alguma coisa de jeito neste mundo.