O Ministério Público recebeu várias queixas de supostas burlas relacionadas com a venda de vagas para atendimento no SEF.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) abriu vagas para agendar os processos a quem pede autorização de residência. Desde então, o processo tem sido um verdadeiro caos. Há quem tenha comprado um repetidor de chamadas e só tenha conseguido fazer marcação ao fim de 30 mil tentativas.
De acordo com o jornal Público, há ainda quem esteja a recorrer serviços de venda de vagas nas redes sociais. Normalmente, os preços variam entre os 20 e os 80 euros, mas haverá casos que chegam às centenas de euros.
O matutino contactou uma série destes serviços e descobriu diferentes realidades. Um dos homens cobrava 50 euros e dizia conseguir fazer agendamento para 15 a 20 pessoas por dia. Outra mulher cobrava 40 euros e até enviava ao cliente um vídeo com a chamada com o SEF.
Embora a prestação deste serviço não constitua por si só um crime, têm chegado queixas ao Ministério Público de situações de burla. Em causa estão pessoas que admitem fazer o serviço em questão, recebem o pagamento do cliente e depois não dão mais resposta.
Já houve condenações no passado, mas tanto o SEF como o Ministério Público não avançam números específicos.
Embora não seja ilegal, a prestação deste serviço tem recebido críticas, com alguns a lamentarem o facto de se estarem a aproveitar do desespero das pessoas.
Contactado pelo Público, um cliente que recorreu a este serviço argumenta que “não há mal algum nisso” e que vê isto como “uma oportunidade de ganhar um extra e ainda de ajudar o próximo”.
“Se fosse eu a fazer essas chamadas durante dois dias, para isso acontecer não poderia ir trabalhar, logo custar-me-ia mais que 40 euros e teria ainda de ter sorte”, explicou.