Bruxelas antecipa recuo da inflação. Mas economia continua a enfraquecer

Eric Chan / Wikimedia

Responsáveis europeus pediram aos governos nacionais para serem comedidos nas medidas de cariz orçamental, de forma a evitar choques com a atividade do Banco Central Europeu.

É uma palavra que nenhum primeiro-ministro ou ministro das Finanças europeu aceita ouvir, mas a possibilidade de uma recessão na economia do bloco europeu é um cenário que Bruxelas não descarta quando restam poucos dias até que as previsões económicas de Outono sejam oficialmente lançadas. Neste sentido, Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, deixou um aviso à navegação. “[As previsões] vão indicar um maior enfraquecimento da economia e confirmar a inflação elevada.”

O avanço foi feito à entrada para a reunião de ministros das Finanças da Zona Euro, sem que fossem relevados números concretos ou projeções, as quais deverão ser conhecidas na sexta-feira. Também Paolo Gentiloni, Comissário para os Assuntos Económicos, antecipa uma “contração da atividade económico”

Uma das principais dúvidas tem que ver com a duração desta mesma contração, considerando-se que a inflação, apesar de continuar alta, deverá iniciar uma trajetória descente, em grande parte devido aos esforços europeus para travar a subida dos preços da energia, mas também à atuação do Banco Central Europeu no que respeita às taxas de juro.

Esta ação deverá ser concertada com os governos nacionais, já avisaram os responsáveis de europeus, de forma a não atrapalharem o trabalho do Banco Central Europeu. “Claramente, o Banco Central Europeu está a fazer o seu trabalho, em termos de política monetária. Portanto, é importante que a política orçamental não contrarie este este esforço.” O responsável alertou igualmente para um “mix delicado” entre a política orçamental e a monetária, para que não se trabalhe com “objetivos cruzados“.

“Não estamos a recomendar estímulos económicos, mas antes uma abordagem orçamental mais prudente com medidas de apoio temporárias e direcionadas”. No entanto, estes avisos parecem ter caído em saco roto, pelo menos no que o vice-Presidente da Comissão já teve oportunidade de ver nos esboços de orçamentos nacionais. “Infelizmente, a maioria das medidas não são direcionadas”, lamentou, deixando antever uma revisão das mesmas.

ZAP //

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