Brasileiro disparou à cabeça de vice-Presidente argentina. A arma não tinha balas

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(dr) Presidência da Argentina

Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina (dir)

O Presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou que a vice-Presidente, Cristina Kirchner, foi alvo de uma tentativa de assassínio, na quinta-feira, que só falhou porque a arma de fogo não disparou.

“Cristina permanece com vida porque, por alguma razão ainda não confirmada tecnicamente, a arma que tinha cinco balas não disparou apesar de ter sido engatilhada”, descreveu Fernández.

“Decidi declarar feriado nacional para que, em paz e harmonia, o povo argentino possa expressar-se em defesa da vida, da democracia e em solidariedade com a nossa vice-Presidente”, anunciou o chefe de Estado durante um pronunciamento em rede nacional na madrugada desta sexta-feira.

E continuou: “estamos perante um fato com uma gravidade institucional e humana extrema. Atentaram contra a nossa vice-Presidente e a paz social foi alterada”. “Este atentado merece o mais enérgico repúdio de toda a sociedade argentina e de todos os setores políticos”, frisou, citado pelo Expresso.

Fernández atribuiu o atentado “ao discurso de ódio que tem sido espalhado a partir de espaços políticos, judiciais e mediáticos”.

Este atentado “é o mais grave que aconteceu desde que recuperamos a nossa democracia (em 1983)”, enfatizou o Presidente, embora o país já tenha sofrido dois atentados terroristas com 115 mortos e centenas de feridos.

As reações às declarações não tardaram. “O Presidente está a brincar com fogo: em vez de investigar seriamente um facto de gravidade, acusa a oposição e a imprensa, e decreta um feriado para mobilizar militantes. Transforma um ato de violência numa jogada política. É lamentável”, disse a líder opositora Patricia Bullrich.

Os apoiantes da vice-Presidente têm-se reunido nas ruas em torno da sua casa, na capital argentina, Buenos Aires, desde a semana passada, quando um procurador solicitou uma pena de 12 anos para Kirchner, bem como uma proibição vitalícia de exercer cargos públicos, no âmbito de um caso de alegada corrupção em obras públicas quando liderava a Argentina (2007-2015).

As tensões têm vindo a aumentar no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, desde o fim de semana, quando apoiantes da vice-Presidente entraram em confrontos com a polícia nas ruas que circundam o seu apartamento, após as forças de segurança terem tentado desmobilizar os manifestantes.

Segundo avançou o Expresso, o autor do ataque é Fernando André Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos, radicado em Buenos Aires desde 1996.

Imagens captadas por canais de TV e por telemóveis permitem ver Fernando Montiel, que aparece de gorro preto entre os militantes em frente ao domicílio de Kirchner. É possível ver como estica o braço esquerdo e aponta a pistola na altura da cabeça da ex-Presidente, ouvindo-se também o gatilho do disparo.

Os seguranças de Kirchner conseguiram deter o agressor com a ajuda dos militantes. Posteriormente, foi preso pela polícia. “Falei com a juíza que investiga o caso e lhe solicitei que garanta a vida do acusado”, sublinhou o Presidente.

Fernando Sabag Montiel trabalha como motorista de Uber e tem antecedentes por porte de arma ilegal não-convencional.

O ministro da Segurança, Aníbal Fernández, confirmou que o departamento científico da polícia está a realizar uma perícia à arma. Informações extra-oficiais indicam que a pistola estava com o pente carregado, mas que não tinha um projétil.

Na sequência do atentado, a Associação Argentina de Futebol anunciou a suspensão de todos os jogos agendados para o dia. “A Associação de Futebol da Argentina expressa o seu enérgico repúdio pelo que aconteceu com a vice-presidente, Cristina Fernández de Kirchner. Fazemos um apelo à sociedade como um todo, advertindo que a violência de qualquer tipo nunca é o caminho”, indicou a associação.

ZAP //

7 Comments

  1. 1) Se a arma tinha 5 balas, então não estava “sem balas”.
    2) No vídeo pode ver-se, aquando do disparo, que a cara de Kirchner parece estremecer, como que atingida por um jacto ou uma onda de ar.
    3) Como é possível que a segurança da vice-presidente da Argentina permita que ela esteja em contacto directo com uma multidão caótica, amontoada junto ao seu domicílio? Inacreditável e inconcebível. Não morreu por milagre (no caso de não se tratar de uma encenação para captar simpatia popular…).

    • Caro leitor,
      Se atentar apenas aos primeiros parágrafos do texto, poderá ler que “a arma que tinha cinco balas não disparou apesar de ter sido engatilhada, descreveu Fernández”.
      Mas se o ler até ao fim, poderá ler que “Informações extra-oficiais indicam que a pistola estava com o pente carregado, mas que não tinha um projétil”.

      • Não seria mais correto de ter esclarecido desde o inicio esta situação , ou seja simplesmente relatar ” a arma estava sem balas “? . Não percebo também que tipo de arma de punho com capacidade de cinco disparos , possa ser . Se calhar foi simplesmente ( uma encenação ) encomendada !

      • Caro leitor,
        Não poderíamos ter esclarecido essa situação mais cedo do que precisamente no título que questionou.

  2. Uma grande encenação para ressuscitar a corrupta que estava com os indices de popularidade em baixo.
    Foi uma pena, porque gente desta que fica rica às custas de um país falido, não merece perdão.

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