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Branca Edmée Marques – a portuguesa que é esquecida pela ciência

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Branca Edmée Marques

Quantas “Maries Curies” tiveram de lutar para ver o seu nome reconhecido no “Livro da Ciência”? Muitas: algumas com sucesso; outras nem por isso.

O jornal Público elaborou uma lista de “mulheres que a ciência esqueceu”, onde sobressai o nome da “esquecida” portuguesa Branca Edmée Marques.

Branca Edmée Marques (1899-1986) foi a primeira professora catedrática de Química de Portugal e trabalhou ao lado de Marie Curie.

De acordo com a investigação do matutino, a cientista portuguesa dedicou parte da sua vida ao estudo do polónio e das aplicações terapêuticas dos radioisótopos.

Em 1925, começou a dar aulas na Ciências Físico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, ainda antes de acabar a licenciatura.

Como destaca o Público, Branca Edmée Marques foi, durante vários anos, a única mulher, entre professores e funcionários, a trabalhar no Laboratório de Química da Faculdade de Ciências.

Aos 32 anos, a cientista foi para Paris fazer investigação em Física Nuclear no Laboratório de Marie Curie.

Ainda em França, Branca Edmée Marques doutorou-se em Ciências Físicas com a nota mais alta da classificação em provas de doutoramento, orientada por Marie Curie até ao ano da morte da química francesa (1934).

Em 1936, em Portugal, fundou o Laboratório de Radioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa – que viria depois a passar para Centro de Estudos de Radioquímica da Comissão de Estudos de Energia Nuclear.

Mas foi apenas passado trinta anos, em 1966, que Branca Edmée Marques se tornou primeira professora catedrática de Química em Portugal.

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Branca Edmée Marques e duas colaboradoras, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Por preconceito (ou não), o que é certo é que o nome “Branca Edmée Marques” se “diluiu” na memória da ciência.

Mas como a portuguesa houve mais. O Público destacou mais seis mulheres que, de alguma forma, forma injustiçadas – afastadas – esquecidas pela ciência:

  • Lise Meitner – foi uma descobridoras da fissão nuclear, sem receber qualquer ‘louro’, e nomeada 48 vezes para o Nobel da Química sem nunca vencer;
  • Rosalind Franklin – fez avanços importantes em matérias de “ADN”, “ARN”,  “vírus”, e ainda carvão mineral e grafite;
  • Jocelyn Bell Burnell – trabalhou na criação de um radiotelescópio para estudar quasares e descobriu os primeiros pulsares, em 1967;
  • Svetlana Mojsov – excluída dos ‘louros’ de um descoberta essencial para o tratamento da diabetes e da obesidade;
  • Katalin Karikó – esteve na base do desenvolvimento das vacinas contra a covid-19;
  • Donna Strickland – Nobel da Física em 2018, mas que teve de lutar para ter uma página na Wikipedia.

Miguel Esteves, ZAP //

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