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Bósnia pode ficar sem televisão pública

Contas bancárias da emissora pública da Bósnia-Herzegovina estão bloqueadas. Responsáveis deixaram apelo urgente ao Governo.

Os sinais já tinham sido noticiados no ano passado: em Junho, pouco depois do Festival Eurovisão da Canção 2021, a emissora pública da Bósnia-Herzegovina admitiu que dificilmente iria regressar ao evento em breve.

A última participação de artistas bósnios no Festival Eurovisão decorreu em 2016, quando ficaram “à porta” da final: 11.º lugar na primeira meia-final, quando passaram 10 comitivas. Foi a primeira vez que a Bósnia falhou a presença na final.

O melhor resultado da Bósnia-Herzegovina na Eurovisão foi um terceiro lugar, em 2006. Mas esses tempos já pertencem a outro contexto.

A Radio-televizija Bosne i Hercegovine (BHRT) admitiu no Verão passado que as dívidas à União Europeia de Radiodifusão e a falta de meios financeiros para participar no evento iriam continuar a manter o país longe do festival.

“Ainda hoje, e nos próximos anos, a BHRT tem à sua disposição uma equipa de profissionais, produção e capacidades técnicas. Mas, infelizmente, a BHRT não possui os meios para financiar a participação neste programa de televisão espectacular e caro”, comentou um responsável pela estação.

A BHRT “sobrevive” graças a uma taxa de licença. Mas essa receita não é suficiente para o canal que tem acumulado um prejuízo de dezenas de milhões de euros.

Agora, meses depois, a BHRT poderá mesmo fechar. O portal ESC Portugal indica que as sanções impostas pela União Europeia de Radiodifusão colocam esse cenário como provável.

A estação continua com problemas financeiros graves e as suas contas bancárias comerciais foram bloqueadas pelos bancos locais.

Os responsáveis pela BHRT pediram ao Governo bósnio uma intervenção urgente para que não feche portas, nomeadamente o pagamento da receita proveniente da taxa de audiovisual cobrada pelo Estado.

A emissora considera que a Rádio Televisão da Republika Srpska – também estatal – não cedeu as receitas da taxa obtidas naquela região da Bósnia-Herzegovina.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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