/

“Boom” do autismo: diagnósticos dispararam 110% em todo o mundo desde 2019

2

Uma em cada 127 pessoas (61,8 milhões de pessoas) vivem hoje com o diagnóstico. Novo estudo atribui o aumento dramático à maior sensibilização e melhores práticas de rastreio, não a um aumento efetivo de casos. 

A prevalência do transtorno do espetro do autismo disparou nos últimos anos, com os diagnósticos globais a aumentar em mais de 110% desde 2019, de acordo com um novo estudo, publicado na The Lancet Psychiatry esta quinta-feira.

A nova investigação estima que uma em cada 127 pessoas em todo o mundo vive atualmente com diagnóstico de autismo, em comparação com uma em cada 271 dois anos antes. Traduzindo, aproximadamente 61,8 milhões de pessoas vivem com a condição em todo o mundo, segundo o último conjunto de dados de 2021.

Os investigadores apelam a um melhor acesso aos cuidados de saúde e a sistemas de apoio ao longo da vida, uma vez que os novos dados “colocam a perturbação do espetro do autismo entre as 10 principais causas de encargos não fatais para a saúde de indivíduos com menos de 20 anos”.

“Estes números sublinham a importância crucial da deteção precoce e de sistemas de apoio adaptados para responder às diversas necessidades desta população ao longo da sua vida”, reforçam os especialistas, citados pelo Scimex.

O estudo atribui o aumento dramático a uma maior sensibilização, a critérios de diagnóstico mais alargados e a melhores práticas de rastreio, e não necessariamente a um aumento efetivo de casos. A inclusão de doenças como a Síndrome de Asperger no âmbito mais alargado das perturbações do espectro do autismo também contribuiu para o aumento, lembram.

Olhando para as taxas de diagnóstico, mais elevadas nos países ricos, os investigadores sublinham que estes números refletem disparidades no acesso aos cuidados de saúde e nas práticas de diagnóstico e não diferenças na prevalência da doença. “Estas disparidades podem refletir diferenças nas práticas de diagnóstico, normas culturais e acesso aos cuidados de saúde, em vez de verdadeiras variações na prevalência do autismo”, escreveram os investigadores.

O estudo também esclarece as disparidades de género nos diagnósticos. A nível mundial, um em cada 94 homens é afetado, em comparação com uma em cada 197 mulheres — diminuição do rácio histórico de 4:1 entre homens e mulheres. Os investigadores atribuem a mudança a um melhor reconhecimento da forma como o autismo se manifesta de forma diferente nas mulheres e raparigas, que são frequentemente subdiagnosticadas devido a sintomas mais subtis.

As perturbações do espectro do autismo são mais frequentes em crianças e adolescentes. No entanto, estende-se até à idade adulta, com os serviços e a investigação a centrarem-se desproporcionadamente nas populações mais jovens.

Tomás Guimarães, ZAP //

2 Comments

  1. Em caso nenhum anterior uma doença cresce 100%(!!!) em diagnósticos em apenas 2 anos, devido a “melhor rastreamento” ou “alargamento de critérios” ou “maior sensibilização” . Tretas. É óbvio para todos que os lockdowns e nefastos isolamentos impostos às camadas mais jovens da população durante a Covid a partir de 2020 são a razão principal de tal epidemia de autismo. Para além da alimentação com cada vez mais químicos prejudiciais ao corpo e ao cérebro.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.