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Boavista vs FC Porto | Hernâni herói a segundos do fim

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José Coelho / Lusa

O FC Porto arrancou três preciosos pontos no terreno do Boavista.

Num jogo muito disputado, mas raramente bem jogado (em especial na primeira parte), os “dragões” dominaram, remataram muito, mas quase sempre mal, e só garantiram a vitória por 1-0 ao minuto 95, quando já poucos esperavam que o resultado sofresse alterações.

Os “azuis-e-brancos” bem podem queixar-se de si próprios, pois terminaram o encontro com um 4.0 de expected goals (xG), marcando apenas por uma vez.

O Jogo explicado em Números

  • Início de jogo morno, de estudo, sem uma tendência definida, apesar de os portistas apresentarem 57% de posse de bola nos primeiros 15 minutos e dois remates, ambos enquadrados, contra um dos boavisteiros. As duas equipas apresentavam uma eficácia de passe muito baixa, com o Boavista a não passar dos 58% e o FC Porto dos 64%. Destaque para uma ocasião flagrante desperdiçada por Rafael Lopes na pequena área portista, com o jogador a atirar por cima.
  • O jogo não mudou muito de cariz até à meia-hora, tornando um pouco mais duro, em especial por parte dos homens da casa, que chegaram às oito faltas nesta frase, contra apenas duas dos “azuis-e-brancos”. O primeiro remate enquadrado, aliás, apenas surgiu precisamente ao minuto 30, e para o lado do Boavista, por intermédio de Rafael Costa.
  • Otávio ia-se destacando dos demais, não por criar muito perigo, mas porque até aos 40 minutos já havia tentado o drible quatro vezes, com sucesso em três. O brasileiro registava ainda um remate desenquadrado e um passe para finalização, e começava a aparecer na direita com algum espaço para progredir.
  • Primeira metade da partida muito longe de ser bem jogada, com muita luta, algumas faltas duras, domínio portista expresso em 60% de posse de bola e 11 remates, mas muita desinspiração ofensiva – os “dragões” apenas enquadraram dois disparos e os “axadrezados” um em três.
  • Destaque negativo para o capítulo do passe, com as duas equipas a errarem muitas entregas, em especial os passes verticais.
  • O melhor em campo a meio do encontro era Héctor Herrera. O mexicano registava um GoalPoint Rating de 6.7, com três remates, uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização, dois dribles eficazes e quatro duelos aéreos ofensivos ganhos em seis.
  • A segunda parte começou com uma grande oportunidade desperdiçada por Moussa Marega, no lado direito da pequena área, a rematar cruzado, sem a melhor direcção, devido ao ângulo apertado do disparo.
  • Felipe, aos 60 minutos, falhou um golo quase certo de cabeça, à entrada da pequena área do Boavista, após canto da esquerda. Este foi o quinto remate do FC Porto nos primeiros 15 minutos do segundo tempo, com dois enquadrados. Os “dragões” mantinham o domínio dos acontecimentos, com 57% de posse de bola, mas continuavam com pouca pontaria, sendo que ambas as formações continuavam mal no passe (53%-68% de eficácia nesta fase).
  • Alex Telles era, por volta dos 70 minutos, um dos mais interventivos jogadores do Porto, com uma ocasião flagrante criada em cinco passes para ocasião, sete cruzamentos, dois deles enquadrados. O brasileiro bem tentava construir lances de perigo, mas os seus colegas de equipa não aproveitavam as muitas entregas “açucaradas” do lateral-esquerdo.
  • O Boavista pouco ou nada conseguiu fazer em termos ofensivos no segundo tempo. Por volta dos 80 minutos registava apenas um remate desde o intervalo, enquadrado, realizado aos 52 minutos. Muito pouco, em especial comparado com os oito dos “azuis-e-brancos” por esta altura da segunda metade. A bola continuava a pertencer aos “dragões”, com 60% de posse, mas a pontaria continuava desalinhada.
  • O jogo foi-se encaminhando para o fim, com o Porto a pressionar, mas a perder um pouco de clarividência. O jogo ficou ainda mais órfão de qualidade e o alívio fácil passou a ser a arma defensiva predilecta do Boavista. Perto do fim, destaque para mais uma ocasião flagrante desperdiçada pelo Porto, desta vez por intermédio de Tiquinho Soares, mas no último minuto da compensação, o golo aconteceu mesmo.
  • Num lance confuso, Gonçalo Cardoso evitou o pior para o Boavista ao bloquear um primeiro remate, mas a bola sobrou para Hernâni na pequena área, e este só teve de empurrar para o fundo da baliza, ao 24º remate portista, sexto enquadrado.

O Homem do Jogo

O Porto bem tentou chegar ao golo cedo no jogo, mas acabou por marcar já no último suspiro. Até lá, no entanto, houve um jogador que remou sobremaneira contra a maré boavisteira.

Herrera foi o melhor em campo no Bessa, com um GoalPoint Rating de 7.6, mercê de um conjunto de variáveis em que esteve muito bem.

O mexicano fez quatro remates (um enquadrado), criou uma ocasião flagrante em quatro passes para finalização, completou os dois dribles que tentou e ganhou cinco de sete duelos aéreos ofensivos. Tudo isto compensou o facto de ter desperdiçado ele próprio uma ocasião flagrante.

Jogadores em foco

  • Alex Telles 7.3 – Se há jogador que se pode queixar da ineficácia atacante dos seus colegas é o lateral-esquerdo. O brasileiro terminou a partida com uma ocasião flagrante criada em impressionantes sete passes para finalização, realizou nove cruzamentos, dois deles eficazes, e ainda ganhou dois de três duelos aéreos defensivos.
  • Helton Leite 6.9 – O melhor do Boavista foi o seu guarda-redes. Ao todo, o brasileiro defendeu cinco remates dos portistas, todos realizados dentro da sua grande área, e ainda registou uma saída pelo solo eficaz.
  • Danilo Pereira 6.5 – Num jogo de muita luta e duelos individuais, o “trinco” foi fundamental, em especial nos lances pelo ar. Ao todo, Danilo ganhou sete de oito duelos aéreos defensivos e ainda registou sete recuperações de posse e 11 acções defensivas, entre elas quatro desarmes.
  • Jesús Corona 6.4 – O mexicano foi o lateral-direito do Porto e não se deu nada mal, embora tenha brilhado mais nos momentos ofensivos. Ao todo tentou cinco dribles, completando três, e criou uma ocasião flagrante de golo em três passes para finalização.
  • Moussa Marega 5.9 – Jogo ingrato para o maliano. Apesar de ter estado muito activo na frente de ataque, a maior parte do tempo como homem mais avançado, Marega não conseguiu marcar, pese embora tenha rematado quatro vezes. Destacou-se nos duelos aéreos ofensivos, os quais ganhou cinco de oito.

Resumo

1 Comment

  1. Foi preciso darem-lhes de bandeja 5 minutos para marcarem – porque não se conseguiram desenvancilhar durante os 90 minutos regulamentares – e ainda se queixam de perseguição… querem parecer virgenzinhas….

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